Tem 13 anos e diz que adora cantar desde que se lembra: “mesmo pequenina, mesmo sem saber falar, a minha mãe dizia-me que eu já andava sempre a cantarolar”. Rita Laranjeira: este é o nome que tem que decorar daqui para a frente, porque esta jovem vai representar Portugal na 16ª Edição do Festival da Eurovisão da Canção Júnior. O Festival tem data marcada para o próximo mês de novembro, dia 25, e irá realizar-se em Minsk, Bielorrússia.

A canção escolhida para levar ao festival chama-se “Gosto de tudo (já não gosto de nada)” – pode ouvi-la no videoclip acima – e foi composta pelo artista português João Só, que aceitou desde logo o desafio da RTP para escrever estes versos. Não é, aliás, a primeira vez que o artista escreve para o Festival da Eurovisão – já o tinha feito em 2012 e 2017.

O tema fala então da relação dos jovens com o mundo das redes sociais, um dos tópicos abordados por Rita Laranjeira nesta entrevista.

“As redes sociais são necessárias para a minha carreira, mas não para a minha vida”

Quando é que começou a tua paixão pela musica?

Desde sempre. Desde que me lembro, porque mesmo pequenina, mesmo sem saber falar, a minha mãe dizia-me que eu já andava sempre a cantarolar.

Que relação tens com a música que vais levar para o festival [Eurovisão]?

A relação que eu tenho com a música que vou levar para o festival é mesmo… adolescente. Porque os adolescentes nunca sabem o que querem, dizem que gostam de uma coisa, depois já não gostam, e depois é uma confusão. Acho que a música tem um bocadinho de rede social a mais, porque, pelo menos para mim, eu não sou só redes sociais. Gosto imenso da música, da dança, do teatro, da televisão. E é engraçado aquele verso do ”correr o mundo do sofá”, é mesmo muito muito engraçado, porque, a quem é que não apetece, não é, fazer tudo sem sair do sofá?

Portanto, dirias que te identificas com a música, mas só até certo ponto?

Exato.

Qual é a tua relação com as redes sociais?

Acho que é uma coisa necessária para a minha carreira, mas não para a minha vida. Porque acho que nunca dependeria de uma rede social. Acho que é uma coisa essencial, sim, para controlar as coisas e para poder divulgar as coisas mais facilmente, mas acho que não se deve expor demasiado algumas coisas, temos que ter um pouco de controlo.

Já que estamos a falar de redes sociais e internet, o que é que tu preferias: ficar sem internet para sempre ou sem um dedo?

Elah, isso é uma pergunta e peras. Se calhar preferia ficar sem internet, até porque há várias formas de divulgar as coisas, não precisa de ser apenas pela internet. Ficar sem dedo não [risos]. Dão jeito nem que seja para segurar no microfone [risos].

Sem ser a música, do que é que tu gostas, o que é que te apaixona mais?

Bem, é um bocado de tudo relacionado com as artes. Gosto imenso de desenho, de arte, gosto de dançar, de teatro, musical, gosto de cinema, também gosto muito de desporto, especialmente equitação e ginástica. São coisas um bocado opostas, o desporto e a música, mas eu gosto imenso dessas coisas. Ah, claro, e sair com os meus amigos, certo? [risos]

Que artista português é que mais gostas de ouvir?

Gosto de vários. Gosto de vários estilos e várias pessoas. Ultimamente tenho ouvido bastante a Áurea, os Calema, por exemplo. Não há assim nenhum que eu oiça muito, porque como gosto de vários estilos de música, então é um bocado difícil de decidir um.

Então e internacionais? Será que é mais fácil para ti nomear alguém?

É bem mais fácil. São também várias pessoas, mas assim as minhas maiores referências são, por exemplo, a Beyoncé, a Ariana Grande e até rapazes, o Ed Sheeran, o Shaw Mendes. São músicas assim mais ligeiras, e mexidas também, não é. Também a Christina Aguilera.

Então e se tiveres que fazer um Top 3 das músicas que tens ouvido ultimamente?

Bem… a minha música [risos]. Neste momento tenho também ouvido muitas músicas dos outros concorrente da Eurovisão. São muito boas, gosto bastante, a melodia é moderna, e sabe bem ouvir até.

Dessas músicas que tens ouvido da Eurovisão, quais são as que gostas mais ou as que achas que têm probabilidade de chegar mais longe?

Lá está, são várias. Gosto muito da de Bielorrússia, a da Azerbaijão e a da Austrália. E para mim são estas as minhas favoritas.

Sentes diferença na forma como as teus colegas de tratam, por exemplo, na escola desde que começaste a aparecer mais na televisão e o teu trabalho também a ser mais reconhecido?

Mais ou menos. Eu por acaso não sinto muita diferença, porque eu tenho bastante cuidado com com quem me dou e com os amigos que escolho, consigo perceber à primeira quem são os falsos e quem são os verdadeiros. E eles tratam-me bem e gostam de mim de qualquer maneira, seja com estes trabalhos assim ou normal. Claro que há pessoas que eu não conheço e que de repente me vêm perguntar: ‘Ah tu és a Rita?’, mas tirando isso não sinto muita diferença.

Já tiveste algum momento ‘fã’, por exemplo, estares na rua e alguém te aborda?

Já abordaram mas não para pedir autógrafos nem fotos. Abordaram mais numa de dizer: “ai és a menina que vai representar Portugal, parabéns”.

Lançámos ainda um desafio a Rita Laranjeira, que alinhou logo na brincadeira do ‘Eu Nunca’ e nos respondeu a cinco questões sobre coisas que ela nunca faria. Percorra a galeria de imagens abaixo e veja as suas respostas.

Preferia perder um dedo ou ficar sem internet?