Rita Pereira: “A minha vida cala quem tenta fazer de mim uma vilã”

O cabelo negro, comprido e brilhante de Rita Pereira, 36 anos, fez da atriz embaixadora da Pantene e uma das mulheres mais famosas de Portugal. Com 915 mil seguidores no Instagram, sob o pseudónimo @hyndia, a atriz mostra a sua vida e o outro lado das câmaras.

Em maio, foi através desta rede social que a atriz partilhou vários momentos da viagem que fez com Jessica Athayde e Kelly Bailley, encorajando outras mulheres a apoiarem-se e pondo um ponto final nos rumores que davam como certos os desentendimentos no elenco da novela. O Delas.pt esteve com a atriz em Madrid, e teve uma conversa sobre solidariedade feminina, truques de beleza e o poder das redes sociais.

A Rita acredita na expressão que diz que “as mulheres quando cortam o cabelo é porque querem mudar alguma coisa na sua vida”?

Como atriz essa frase é muito certa, porque mudar o visual do cabelo é algo que me ajuda muito na construção da personagem. A verdade é que eu só mudo o a cor do cabelo e corte quando mudo de personagem. Por isso essa frase para mim, como atriz, faz muito sentido.

E quando acaba uma personagem voltar ao seu visual de sempre, também a ajuda a despir essa pele e a voltar a encontrar a Rita Pereira?

Sim, sem dúvida. Nesta última novela (A Herdeira, que passa na TVI) consegui ter o cabelo 100% virgem sem cor nenhuma, estou com a minha cor natural e com o corte de que gosto.

Qual foi a mudança de visual mais louca que fez?

Foi para o Remédio Santo, quando tive que cortar o cabelo pela orelha e pintei de uma cor muito mais clara. Sem dúvida foi a mudança mais radical.

Agora que já tive o cabelo curto sei que isto é mesmo verdade, com o cabelo comprido as mulheres sentem-se mais sensuais, mas senti-me super elegante, fresca e livre com o cabelo curto.

Voltava a fazer uma mudança de visual desse género?

Voltava, se a personagem pedisse e se sentisse que encaixava bem com o papel voltaria a fazer. Senti-me bem porque como tenho um bom cabelo, ele também fica bem com esse corte. Senti-me confiante, sou uma mulher confiante e por isso ter o cabelo mais curto ou mais comprido não faz diferença. Agora se me perguntarem se me sinto mais sensual com o cabelo comprido, claro que a resposta é sim, é inevitável. Agora que já tive o cabelo curto sei que isto é mesmo verdade, com o cabelo comprido as mulheres sentem-se mais sensuais, mas senti-me super elegante, fresca e livre com o cabelo curto. Lavar era muito mais fácil e dava muito mais mergulhos na praia do que com o cabelo comprido.

Há alguma loucura capilar que gostasse de fazer sem ser para interpretar uma personagem?

Não, não sou esse tipo de pessoa. Já a minha irmã teve o cabelo de todos os tamanhos incluindo à rapaz e de todas as cores, não aguenta o mesmo visual mais que quatro meses. Nós as duas somos o contraste absoluto. Acho que toda a loucura capilar ficou para o lado da minha irmã. Eu só pinto o cabelo porque tenho de pintar para os papéis que interpreto, a nível pessoal nunca tomei essa opção.

Que cuidados tem com o cabelo no verão?

Os mesmo que tenho ao longo do ano: hidratá-lo bem e cortar as pontas de vez em quando. Tenho uma preocupação que algumas mulheres não têm: comprar uma gama que seja adequada ao meu tipo de cabelo. Não podemos comprar um champô pela embalagem, as pessoas podem achar que não o fazem, mas eu já vi muitas amigas minhas escolherem um champô porque a embalagem é mais bonita. Eu por exemplo não posso usar uma gama para cabelos oleosos porque não tenho esse tipo de cabelo. Acho que este é um dos grandes segredos e acho que não devia ser um segredo para ninguém.

Como é que as mulheres podem saber qual é o seu tipo de cabelo?

Há uns anos a Pantene esteve a oferecer exames capilares, mas basta irem à sua cabeleireira e perguntar qual é o seu tipo de cabelo. Usarmos a gama adequada ao nosso cabelo e tratá-lo bem durante o ano inteiro é fundamental. No verão a única coisa que acrescento, se não estiver a gravar, é uma máscara mais hidratante. Se estiver a gravar já não posso fazer isso porque tenho de ter o cabelo pronto para ser trabalhado e por isso não pode estar muito hidratado, porque o meu cabelo natural é pesado. É lindo, eu sei, e posso dizê-lo com todas as letras: ‘é lindo, eu adoro o meu cabelo’. E isso é uma sorte porque ou se nasce com um cabelo assim ou não. Outra coisa que também ajuda é mudar a gama de vez em quando porque o cabelo se habitua ao champô e depois este já não faz o mesmo efeito. Eu há seis meses estava a usar a gama Repare e Protege da Pantene e agora estou a usar a gama Micelar que é mais leve e deixa o cabelo mais solto. Quando não estou a gravar, que é o que se passa agora, volto à máscara de 3 minutos da Pantene que é um boost de hidratação.

Quando as gravações da Herdeira acabaram a Rita foi de viagem com a Kelly Beilly e a Jessica Athayde. Partilhou muitas fotografias das três e vários momentos da viagem que mostravam bastante união, acha que é importante a partilha desses momentos para desmistificar a ideia de que as mulheres se dão mal, sobretudo no meio da representação?

Eu sempre defendi que não tenho de provar nada a ninguém em relação a esse assunto. Cada vez que começo uma novela as mesmas revista, escrevem que eu tenho problemas com os protagonistas dessa novela, seja ela qual for. Na Única Mulher escreviam que não me dava com a Ana Sofia, agora na Herdeira o problema já era a Kelly porque era a protagonista. A minha resposta nunca foi escrita e concreta, a minha resposta a essas determinadas revistas, que são sempre as mesmas três revistas, é a minha vida. A minha vida mostra e a minha vida cala quem tenta fazer de mim uma vilã na vida real.

Por vezes a maldade e inveja feminina já está muito no sangue de algumas mulheres.

As redes sociais ajudaram-na a ter um maior controlo sobre o que se mostra da sua vida?

Sim, sem dúvida. Ajudaram-me a proteger-me e a mostrar a verdadeira Rita. Há 15 anos quando comecei não tínhamos como nos mostrar, não tínhamos como mostrar a verdade. Tínhamos de fazer desmentidos através das publicações, e hoje em dia não. Nos últimos sete anos as redes sociais conseguiram fazer com que as pessoas soubessem quem é que eu sou verdadeiramente. A minha personalidade deixou de ser descrita por um jornalista, para ser descrita por mim e pelos meus atos.

Mostrar a sua relação com as outras mulheres que trabalham consigo, revelar que se apoiam umas às outras, pode inspirar outras mulheres a fazer o mesmo?

Eu sou super defensora de que as mulheres se devem apoiar. Gostaria muito que essa partilha que faço ajudasse, mas por vezes a maldade e inveja feminina já está muito no sangue de algumas mulheres. As mulheres que são invejosas ficam com raiva das mulheres que se dão bem.

Hoje vivemos um tempo em que o feminismo está na ordem do dia e o apoio entre mulheres é cada vez mais falado. O mundo do cinema é exemplo claro disso, com a onda na sequência do movimento #metoo. Acha que em Portugal as coisas também estão a mudar?

Eu sinto que as mulheres portuguesas cada vez se apoiam mais e que as mulheres invejosas se calam mais. As mulheres invejosas estão mais caladas e ficam no canto delas.

O segredo de Rita Pereira para um cabelo bonito e saúdavel