Rita Redshoes canta ‘Mulher’ num vídeoclipe “sem artifícios”

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“Sou mulher e contra mim o que vier é bem-vindo se trouxer igualdade e desalinho”. Começa assim a quinta música do mais recente álbum de Rita Redshoes. O tema chama-se ‘Mulher’ e inclui o disco ‘Her’, editado em novembro do ano passado e no qual a cantora explora as várias facetas do feminino. O videoclip estreou-se hoje.

Realizado pela própria Rita Redshoes e por André Tentúgal, conta com as participações de Ana Bacalhau, Carlos Vaz Marques, Catarina Furtado, Ivo Canelas, Rita Blanco e Manuel Marques, entre muitos outros.

“É um vídeo sem artifícios. Somos nós. Reais. Homens e Mulheres. Mulheres e Homens”, descreve Rita Redshoes sobre a música, uma das três cantadas em português neste álbum.

“A canção nasceu de uma inquietação que foi crescendo à medida que também eu me fui tornando mulher. Senti-me e sinto-me, inúmeras vezes, a medir espaços. Senti e sinto muitas vezes que os meus movimentos e a minha voz são ignorados ou arrumados em caixas de preconceitos, por homens, mulheres e por mim mesma. Somos necessariamente diferentes e é isso que torna a vida rica, misteriosa e divertida. É uma canção em desabafo envolta num misto de orgulho e força”, acrescenta a cantora, de 35 anos, sobre o single.

Na altura do lançamento de ‘Her’, Rita contou ao Diário de Notícias que cantar de um ponto de vista assumidamente feminino “não foi premeditado”. “Aconteceu”, frisou.

“Isto é o que eu tenho que dizer neste momento. Este é um disco feminino e no feminino. É um bocadinho a ideia de não ter medo de se ser feminino, e quando eu digo isto estou obviamente a incluir os homens”, explicou.

A cantora revelou ainda haver “um lado autobiográfico no disco”. “Com 35 anos, mulher, não sou mãe ainda, acho que quero ser mas não sei ainda, esses dilemas todos. E depois algo que fui experienciando nestes anos e com o qual me zanguei muitas vezes que foi sentir em contexto profissional alguma discriminação por ser mulher”, concluiu.

Quanto a ‘Mulher’, confessa que se sentou “uma vez, à noite, ao piano”, e ela saiu num estalar de dedos. “Não tem uma melodia nem uma harmonia nada complicada porque eu senti que tinha de dizer isto e tinha de dizer assim”.