Rita Redshoes lança livro infantil e luta contra “a desumana tirania da magreza”

Um livro, temas musicados e uma peça de teatro para que as crianças possam aprender a importância do exercício físico e da saúde mental. A cantora e compositora Rita Redshoes acaba de lançar um ”projeto pedagógico” dirigido para a “a comunidade escolar, em particular para alunos do pré-escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico e que aborda as temáticas da atividade física, alimentação saudável e gestão de emoções”.

E se a iniciativa de Rita e a Aventura Feliz pretende assinalar o dia da Atividade Física, evocado a 6 Abril, e o dia Mundial da Saúde, que se assinala esta quinta-feira, 7 de abril, Rita Redshoes elenca, por escrito e ao Delas.pt, as suas razões que a levaram, “como cidadã e mãe” a compor um novo livro infantil que convoca, em nome do “equilíbrio”, o exercício, alimentação e a emoção. “São as três temáticas base para crescermos e nos sentirmos equilibrados”, explica ao nosso site. E prossegue: “Se descurarmos alguma, muito provavelmente, a médio ou longo prazo, as outras também ficarão comprometidas”, prevê a compositora, arranjadora, produtora e letrista.

Olhando em particular para as meninas, raparigas e futuras mulheres, Rita Redshoes, de 40 anos, dirige-se a elas no seu novo livro para lhes dizer que, em primeiro lugar, “são importantes e valiosas e que, por isso, têm de cuidar bem delas”. “Sinto que é muito importante a noção de conexão interna, de tomar consciência das necessidades afetivas, das emoções que vivem dentro de nós. Sem medo nem vergonha. Só assim é possível o auto-respeito e a autoestima”, argumenta a cantora.

Leia abaixo a conversa com Rita Redshoes a propósito deste lançamento.

Porque estas três temáticas – a do o exercício, alimentação e a emoção – em conjunto?

São as três temáticas base para crescermos e nos sentirmos equilibrados. Somos um todo, apesar de dividirmos muito o corpo e o pensamento/emoções. Para que haja harmonia, temos inevitavelmente de dar atenção às três áreas. Se descurarmos alguma, muito provavelmente, a médio ou longo prazo, as outras também ficarão comprometidas.

Três ou quatro ideias preconcebidas a que quer por termo com este trabalho em concreto?

A minha preocupação, como cidadã e mãe, é que haja uma sensibilização crescente e precoce para estas temáticas. No fundo, que se fale sobre a importância de cuidarmos de nós e dos outros. Que expor emoções não seja tabu e que estas possam ser trabalhadas com consciência e de forma construtiva. Quanto mais cedo a criança estiver desperta para a sua saúde mental e física, melhor será o seu futuro.

No que diz respeito às meninas, o que lhes quer dizer em concreto com esta obra?

Primeiro de tudo, que elas são importantes e valiosas e que, por isso, têm de cuidar bem delas. A ideia de comer de forma equilibrada e praticar exercício físico, é sobretudo por uma questão de saúde e não pelo peso dado ao lado estético. E sinto que é muito importante a noção de conexão interna, de tomar consciência das necessidades afetivas, das emoções que vivem dentro de nós. Sem medo nem vergonha. Só assim é possível o auto-respeito e a autoestima.

De que forma gostaria de ver o futuro delas alterado em matéria de atividade física, risco de distúrbios alimentares e gestão de emoções?

Todos nós, na sociedade que fomos construindo e na conjetura mundial atual, temos grandes desafios pela frente. Preocupa-me o rumo que a História levará. Mas há um ponto que me parece crucial neste contexto, o do peso que é posto nas meninas, adolescentes e mulheres, relativamente aos padrões de beleza. É desumana a tirania da magreza, da perfeição. É nociva para o desenvolvimento de qualquer criança. Começa a haver uma corrente de consciência e de necessidade de oposição a este aspeto mas ainda é ténue. Cuidarmos de nós, tem de ser por amor-próprio e pelo investimento da longevidade com qualidade de vida.