Romance ou algo mais? Seis sinais que a alertam para uma “burla romântica”

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[Fotografia: Anete Lusina/Pexels]

O romance nas redes sociais nem sempre chega carregado de boas intenções. Fazer match com alguém pode significar um acordo com o diabo em matéria de abusos e de emoções. Afinal, o amor não pode ser cego e tem mesmo de se ver.

No dia Europeu da Vítima de Crime, que se celebra esta quarta-feira, 22 de fevereiro, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) enumera sinais bem como os mecanismos que deve acionar caso desconfie que está a ser vítima de alguém que quer muito mais de si do que apenas um encontro romântico ou sexual ou mesmo uma relação.

Embora o primeiro encontro tenha usualmente lugar nas aplicações de encontros, a entidade alerta para o facto de “os burlões recorrerem cada vez mais às redes sociais para fazer o primeiro contacto com a vítima, preferencialmente perfis de vítimas que estão públicos e que contêm muita informação pessoal”, refere o comunicado.

“Depois de estabelecida a relação, é criada uma narrativa fictícia como forma de pedir dinheiro à vítima — seguindo-se o desaparecimento do perfil e, consequentemente, do/a suposto/a parceiro/ virtual”, alerta a APAV.

Veja abaixo os seis sinais indicados pela associação sobre os cibercriminosos e que, que, apesar de múltiplas formas de operar, têm comportamentos em comum:

Marcação. “A pessoa diz sempre que se encontra fisicamente distante, e existem sempre muitas dificuldades em encontrar-se presencialmente com a vítima”, refere a nota da APAV.

Perfeição. Segundo a APAV, “o perfil desta pessoa parece sempre demasiado bom para ser verdade, para além de conter pouca informação sobre a pessoa em causa — e, quando tem, os interesses e hobbies são muito parecidos (se não idênticos) com os da vítima”

Rapidez. “A relação tende a acontecer de uma forma muito apressada, e existe uma urgência por parte da outra pessoa para que as comunicações passem para plataformas de mensagem instantânea como Whatsapp”, antecipa a associação.

Promessas. “As promessas de ir visitar a vítima são sempre quebradas. Até pode pedir à vítima que pague bilhetes de avião e alojamento, mas depois nunca aparece”, acrescenta.

Empréstimo. A APAV lembra que este tipo de ciberburlões pede “dinheiro à vítima sem nunca se terem conhecido presencialmente”

Pagamento. “As transferências monetárias são sempre feitas por métodos específicos — transferências bancárias, cartões presente, ou é solicitado à vítima para criar contas bancárias para ela própria receber dinheiro, e depois transferir para outras contas — nestes casos a própria vítima poderá estar a facilitar esquemas de branqueamento de capitais, com o seu desconhecimento”, alerta a APAV.

Na mesma nota, a entidade deixa recomendações como a proteção de privacidade da conta, a investigação das contas do interlocutor para perceber o rasto e se faz sentido e fala ainda sobre a importância de levar as relações com calma, medir bem as palavras que lhe são ditas, e não ceder a pressões de tempo.

“Se lhe forem feitos pedidos de ajuda monetária, encaminhe a pessoa para outros serviços que possam ajudar; se a pessoa estiver no estrangeiro, os consulados ou embaixadas saberão ajudar melhor a pessoa, principalmente se é alguém que acabou de conhecer”, acrescenta a APAV, que pode ainda que “pare de comunicar com a pessoa e denuncie junto da aplicação”.

“Ao fazê-lo estará a garantir que pelo menos aquele perfil não o/a voltará a contactar como a evitar que outras pessoas venham a interagir com o/a burlão”, refere a entidade. Por fim, “caso tenha dúvidas relativamente à legitimidade da pessoa com quem está a falar online, peça ajuda a alguém da sua confiança ou entre em contacto com a Linha confidencial e gratuita Internet Segura [800 21 90 90 (dias úteis entre as 8h e as 22h) ou do e-mail [email protected].