Rosalía: a jovem que ressuscitou o flamenco cantou, dançou e conquistou os portugueses

O trabalho que Rosalía tem feito com a música flamenca nos últimos dois anos, voltando a dar-lhe o mediatismo que tinha perdido e a transportá-la para as pistas de dança frequentadas pelos mais jovens, fez com que o concerto da espanhola de 25 anos fosse um dos mais aguardados desta edição do NOS Primavera Sound. Foi pontual e subiu ao palco à hora marcada, acompanhada por seis bailarinas com quem esteve em sintonia durante todo o espetáculo.

Com uma voz cheia e sensual, começou por cantar Pienso En Tu Mirá, uma das músicas do seu segundo álbum, El Mal Querer, escrito por ela própria. Depois cumprimentou o público. “Porto, estou muito feliz por estar aqui. Obrigada de coração”, começou por dizer Rosalía, em português (percorra a galeria de imagens no topo do texto para ver fotografias do concerto da espanhola).

Foram várias as tentativas da cantora para falar português. Com receio de que o público não a entendesse na sua língua materna, somaram-se os momentos em que misturou os três idiomas: espanhol, português e inglês.

Quero falar português, espero cá voltar muitas vezes para perceber esta língua tão bonita. Obrigada a todos os que estão aqui esta noite”, afirmou a cantora.

Pouco depois seguiu-se Barefoot In The Park, a música que gravou com James Blake – que também atuou no mesmo festival na sexta-feira – para o mais recente álbum do cantor britânico, Assume Form.

Após esta recente música seguiram-se as mais antigas, do seu primeiro álbum, Los Ángeles, que junta reinterpretações dos clássicos do flamengo. Mas foi com Di Mi Nombre, do último trabalho, que voltou a pôr miúdos e graúdos a cantar em uníssono.

Antes do final do concerto, que durou apenas uma hora e terminou com o êxito Malamente, viral desde que foi lançado em maio do ano passado, a espanhola desceu do palco para abraçar alguns fãs que estavam na primeira fila.

Porto, quero-vos muito. Mas quase arranquei uma unha agora”, acrescentou, em tom de brincadeira.

Surpreendentemente, a jovem não trocou de roupa durante o espetáculo, mantendo-se sempre com uns calções brancos, cinto branco com brilhantes e um crop top da mesma cor, de manga comprida.

Aos 48 anos, Erykah Badu dá um dos melhores concertos do NOS Primavera Sound

O público estava impaciente quando Erykah Badu subiu ao palco, com mais de meia hora de atraso e um look inesperado, de penas na cabeça, que foi tirando ao longo do concerto. No final da segunda música, Hello, que cantou como se estivesse a cumprimentar os milhares de pessoas na audiência, a norte-americana de 48 anos pediu desculpa.

Obrigada por esperarem por mim. Estou a sentir paz e amor. Obrigada por me ajudarem a concretizar os meus sonhos. Quem é que está a ter uma experiência Badu pela primeira vez?”, disse Erykah, já a preparar os festivaleiros para a lição de soul que se seguiria durante as próximas duas horas.

Acabou o concerto descalça e com o público completamente hipnotizado com a sua dança. Quando foi à front line instalou-se a loucura. Todos queriam chegar ao microfone para dizer o quão espetacular estava a ser o concerto.

“Muito obrigada. Amo-vos. Vou ter saudades vossas, Portugal“, acrescentou a cantora, já às 3h00.

Rosalía: a jovem voz espanhola que tem de conhecer