“Rua Sésamo”: Novas personagens ajudam as famílias a falar sobre igualdade racial

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Fotografia: Reprodução The Muppet Show

Desta vez, e na vanguarda da Sésamo Workshop, uma organização sem fins lucrativos, foi criado o ABC da Alfabetização Racial, responsável por promover conversas abertas e adequadas com os mais novos sobre o racismo.

No seguimento do projeto, a Rua Sésamo introduziu, na terça-feira, novos personagens, – Wes, de cinco anos, e o pai Elijah, de 35 -, com o objetivo de ensinar às crianças que a diferença é o que nos torna especiais.

A personagem Telmo, presente no programa infantil desde 1969, é quem dá o primeiro passo num diálogo que, acima de tudo, é carregado de aprendizagem:

– “Eu gostava de saber porque é que a cor de pele do Wes é castanha”, começa por dizer Telmo.

– “Eu sei, Telmo! A minha mãe e o meu pai disseram-me. É por causa da melanina, certo pai?”, responde Wes.

– “Isso mesmo. A melanina é algo que cada um de nós tem dentro dos nossos corpos e que determina a cor da pele. Além disso, a melanina também nos dá a cor dos olhos e dos cabelos. A cor da nossa pele é uma parte importante de quem somos, mas todos devemos saber que não há problema em sermos diferentes”, concluiu Elijah.

Rocio Galarza, membro da Sésamo Workshop, disse ao programa Good Morning America que este episódio, e outros como este, são uma forma de explicar conceitos difíceis sobre questões raciais às crianças mais pequenas.

“As crianças não são daltónicas. Não só notam as diferenças, como começam a formar o seu próprio senso de identidade numa idade muito tenra”, afirmou Jeanette Betancourt, vice-presidente sénior da Sésamo Workshop, em comunicado. O ABC da Alfabetização Racial faz parte do Coming Together, um compromisso do programa infantil com o tema da justiça racial.

Recorde-se que esta não é a primeira vez que a Rua Sésamo protagoniza a inclusão. Em 2017, a guionista, Christine Ferraro, juntou ao elenco Júlia, uma amiga do Monstro das Bolachas e do Óscar, caracterizada por ter autismo. Um ano mais tarde, Mark Saltzman, também guionista, confirmou que as personagens Egas e Becas tinham uma relação homossexual.