Sabe quem foi a primeira portuguesa na Eurovisão? E a melhor classificada?

Portugal's Salvador Sobral performs with the song
Portugal's Salvador Sobral performs with the song "Amar Pelos Dois" during the Eurovision Song Contest 2017 Semi-Final 1 Dress rehearsal 1 at the International Exhibition Centre in Kiev, Ukraine, May 8, 2017. REUTERS/Gleb Garanich - RTS15P5W

O ano era o de 1965. Em março, Simone de Oliveira recebia o Prémio de Imprensa para melhor cançonetista. Nesse mesmo mês, viajava até Nápoles, em Itália, para representar o nosso país no Festival da Eurovisão. Foi a primeira mulher portuguesa no certame europeu, depois de uma primeira participação nacional, no ano anterior, por António Calvário.

Simone de Oliveira tinha acabado de completar 27 anos. Cantou ‘Sol de Inverno’, de Nóbrega e Sousa e Jerónimo Bragança, classificando-se em 13º lugar. Voltaria mais tarde ao concurso musical, em 1979, com a conhecida ‘Desfolhada Portuguesa’. “‘Sol de Inverno’ é a fase da paixão, ‘Desfolhada’ é a fase da raiva”, disse em 2015, ano em que voltou a tentar a sua sorte, sem sucesso, no Festival RTP da Canção.

‘Desfolhada Portuguesa’ pode não ter ido além do 15º e penúltimo lugar, recebendo um total de 4 pontos, mas o regresso de Simone de Madrid, num comboio com paragem na estação de Santa Apolónia, é ainda hoje um dos momentos mais recordados da sua carreira.

Entre 1965 e 1969, Portugal levou ainda Madalena Iglésias à Eurovisão, com o tema ‘Ele e Ela’. Foi em 1996 e saiu do evento, então realizado no Luxemburgo, em 13º lugar (entre 18 participantes).

Ao longo de 48 participações no Festival Eurovisão, cerca de 30 foram de mulheres, a quem coube a responsabilidade de levar o nome de Portugal à Europa. E muitas delas ficaram para a história, fosse Tonicha com ‘Menina do Alto da Serra’ em 1971 (um honroso nono lugar foi a melhor classificação de Portugal até essa data), Manuela Bravo com ‘”Sobe, Sobe, Balão Sobe’ em 1979 (uma canção ainda hoje entoada), as Doce com ‘Bem Bom’ em 1982, ou Maria Guinot com ‘Silêncio e Tanta Gente’ em 1984.

Salvador Sobral chega esta terça-feira à noite a Kiev, na Ucrânia, com a missão de conseguir, pelo menos, a melhor posição, até agora entregue a Lúcia Moniz, no certame de 1996, em que interpretou ‘O meu Coração não tem Cor’.

Moniz ultrapassou nesse ano Dora (‘Não Sejas Mau para Mim’, de 1986), Da Vinci (‘Conquistador’, em 1989), Dulce Pontes (‘Lusitana Paixão’, 1991), Dina (‘Amor d’Água Fresca’, 1992), Anabela (‘A Cidade (até Ser Dia)’, em 1993) ou Sara Tavares (‘Chamar a Música’, de 1994), entre muitas outras.

A partir das 20h00 de hoje, ‘Amar pelos Dois’ sobe ao palco do Centro Internacional de Exibições. Salvador Sobral terá nos bastidores a irmã Luísa, autora da canção.