Seja por estarem sem parceiro ou por opção, há mulheres que acabam por não ter atividade sexual durante algum tempo e regressar pode não ser assim tão fácil. Mas porquê? Será que a vagina muda mesmo? Fomos saber tudo com as especialistas em ginecologia e obstetrícia, Sílvia Roque e Maria do Céu Santo e agora contamos-lhe tudo!
Indo diretamente ao assunto, colocámos a dúvida mais comum: a vagina fica mesmo mais estreita? “Claro que fica”, responde de imediato a especialista Sílvia Roque ao Delas.pt. E explica: “Com a ausência de relações sexuais é normal. Fica com mais atrofia, com menos elasticidade”.
Além de se tornar menos flexível, a vagina ganha também mais sensibilidade: “Quando se está muito tempo sem ter relações sexuais, a parte da mucosa da vagina torna-se mais sensível”, refere Maria do Céu Santo.
Esta sensibilidade nem sempre é boa, alerta a ginecologista: “O que é que pode acontecer? Por causa da fricção, a zona íntima pode ficar ‘assada’, o que em termos médicos se chama de dermatite de contacto. E isso pode acontecer tanto na pele da vagina – na mucosa –, como na da vulva. Caso aconteça, pode recorrer-se às pomadas utilizadas pelos bebés quando estão ‘assados'”.
Que cuidados ter no regresso à atividade sexual?
“Quando a pessoa está muito tempo sem ter relações sexuais ou tem um parceiro novo, tem tendência a lavar-se muito bem, com medo de ter algum odor desagradável. O problema é que isso vai fazer com que a zona íntima fique mais seca“, explica a especialista Maria do Céu Santo.
Apesar de a higiene ser importante para a saúde e bem-estar da mulher, há que ter atenção a excessos e saber como fazer uma higienização correta da zona íntima feminina (veja como fazê-la na galeria acima).
O melhor, para prevenir a possibilidade de desconforto durante o sexo e o aparecimento de dermatites de contacto: “é usar um lubrificante vaginal, o que ajuda a diminuir o atrito, ou então até mesmo um bocadinho de saliva”, refere Maria do Céu Santo. Enquanto isso, Sílvia Roque alerta: “Haver muitos preliminares! O importante mesmo são os preliminares. Por vezes pode existir algum receio por se estar a retomar a vida sexual, se houver uma envolvência, isso facilita todo o processo de intimidade”.
Há que ter em conta que cada mulher é uma mulher, os corpos são diferentes, assim como as reações, o que torna impossível predeterminar quanto tempo é preciso estar sem atividade sexual para que surjam alterações na região íntima feminina. Por isso, “se a sensação de desconforto continuar, convém consultar um médico para verificar se não há infeções ou outros problemas que possam estar a provocar dor”, refere ainda Sílvia Roque.
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