O glamour decadente da Saint Laurent que passou em Paris

Desta vez foi a Torre Eiffel de carne e osso, o melhor de aço e ferro, que serviu de cenário ao desfile da Saint Laurent, ao contrário do que aconteceu no desfile de inverno de Alta-Costura da Chanel, em julho, que também teve este símbolo de Paris como cenário mas numa versão cenográfica.

Antonio Vacarello, que foi nomeado diretor criativo da marca em 2016, desenhou noventa e um coordenados que desfilaram a céu aberto iluminados pelas românticas luzes da Torre Eiffel. Um momento que ainda se tornou mais memorável quando surgiu o primeiro rosto do Line Up, Maria Miguel, portuguesa com apenas 16 anos e uma cara que iremos ver muito mais vezes certamente.

A coleção pretendia ser uma viagem pela vida do fundador da marca, passando por Marraquexe e Paris. De Marrocos vieram os motivos florais alusivos ao Jardin Majorelle, propriedade de Yves Saint Laurent desde 1980, e que além da sua característica fachada azul cobalto é definido pela variedade enorme de plantas que ali se encontram. Já o brilho e detalhe de confeção foi buscar referências à tradição da alta-costura parisiense, sem nunca ser esquecido o lado boémio que a marca vingou nos últimos anos.

Volumes exagerados, plumas, padrões fortes, cabedal, medidas mínimas, decotes sem ombros, bainhas em semi lua, transparências, folhos e rendas, são detalhes de uma coleção que apesar de ter muitas referências aos arquivos da marca continua atual e fiel ao glamour decadente que se tem afirmado como assinatura da marca.


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Margarida Brito Paes