Salário mínimo com mais 20 euros em janeiro já é oficial

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O diploma que fixa em 600 euros o valor da retribuição mínima mensal garantida a partir do próximo dia 1 de janeiro foi publicado esta quinta-feira, 27 de dezembro, em Diário da República (DR). O aumento do salário mínimo, em 20 euros, foi aprovado pelo Conselho de Ministros há uma semana, em 20 de dezembro, estimando na altura o Governo que vai beneficiar “mais de 750 mil trabalhadores”.

Recorde-se que as mulheres são quem mais aufere este nível de rendimento. Mais: a 5 de novembro último, a responsável da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego, Joana Rabaça Gíria, afirmava ao JN que “há mais mulheres (7,3%) do que homens (4,2%) com salários mais baixos”, e a terem rendimentos ainda a um nível inferior do limiar dos baixos salários. E explicou também que “há mais mulheres a ganhar o salário mínimo do que os homens”.

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No decreto-lei publicado, que entra em vigor em 1 de janeiro de 2019, o executivo lembra que este aumento resulta do compromisso do Governo de “promover uma política de rendimentos numa perspetiva de trabalho digno” e garantir aos trabalhadores uma valorização progressiva do seu trabalho, “conciliando” o objetivo de reforço da coesão social com o da sustentabilidade da política salarial.
“A RMMG [retribuição mínima mensal garantida] constitui, sob diferentes pontos de vista, um referencial importante do mercado de trabalho, com implicações quer na ótica do trabalho digno, do reforço da coesão social e do combate à pobreza, quer nas condições de competitividade e sustentabilidade das empresas e no dinamismo económico agregado”, refere o Governo no diploma.

A RMMG foi aumentada em 01 de janeiro de 2016, de 505 euros, para 530 euros, depois para 557 euros a partir de 01 de janeiro de 2017, e subiu para 580 euros a partir de 01 de janeiro de 2018. No diploma publicado, o executivo defende que esta trajetória de aumentos permitiu alcançar uma valorização nominal da RMMG na ordem dos 15 % entre 2015 e 2018.

“Os resultados do acompanhamento trimestral dos impactos da atualização da RMMG sugerem que esta trajetória de atualização da RMMG contribuiu para devolver dignidade e valor ao trabalho e para melhorar os níveis de coesão social, reduzindo a pobreza e diminuindo as assimetrias salariais, sem com isso comprometer a sustentabilidade da economia portuguesa e sem pôr em causa o crescimento do emprego e a redução do desemprego”, acrescenta o executivo.

CB com Lusa

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