Sangue Sujo: No Nepal a menstruação pode matar

Nepalesa
Fotografia: REUTERS/Navesh Chitrakar

Radha tinha 14 anos quando fugiu ao destino de nascer mulher num Nepal pobre e tradicional. Desde os sete que sabia de cor como eram tratadas as mulheres da família durante o ciclo menstrual. Viu todas as irmãs serem depositadas em abrigos de vaca para não contagiarem a casa com o “sangue sujo, impuro, contaminado” com que a Natureza as brindou e que a “ignorância e a tradição” castigaram. Quando lhe veio o período pela primeira vez, fugiu.

Passaram 34 anos, mas o passado anda de mãos dadas com o presente e, por isso, a memória não esquece.

“Testemunhei a minha mãe e as minhas irmãs a submeterem-se a todo o tipo de restrições. Fiquei horrorizada. Traumatizada. Quebrei as regras da minha família e fugi de casa sem permissão dos meus pais”, contou Radha Paudel ao JN, numa conversa franca e sem tabus, em que falou da vida de luta e rebelião que leva desde que tem idade para pensar. Contra a família. Contra a sociedade. Contra a religião.

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