Tecnologia: Sanitários capazes de detetar doenças intestinais

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[Fotografia: Unsplash]

As sanitas do futuro poderão ser capazes de identificar doenças do foro intestinal. As Smart Toilets podem mesmo revolucionar uma parte do diagnóstico de doenças do espectro intestinal, através de bactérias e sangue presentes nas fezes. Uma tecnologia que, a ter lugar, acelerará em muito o processo de deteção de patologias.

A tecnologia tem vindo a ser desenvolvida por investigadores do Centro de Estudos para a Água, Saneamento, Higiene e Doenças Infecciosas, da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, Estados Unidos da América, e teve uma primeira apresentação pública no final do mês de maio.

“Estamos otimistas quanto à disposição dos pacientes poderem utilizar essa tecnologia, é algo que pode ser instalado nas tubulações dos sanitários, não exige que o paciente faça uso da tecnologia”, referiu a coordenadora do estudo. Sonia Grego diz mesmo que esta ferramenta pode ser “particularmente útil para pacientes que podem não estão capazes de relatar a sua condição de saúde, como os que vivem em instituições e lares”. “Com esta tecnologia nova e muito inteligente, os médicos podem confiar no sistema e não mais apenas no que os pacientes dizem. E, de facto, não nos lembramos realmente deste tema quando o médico nos pede”, justifica a mesma investigadora.

De acordo com os testes já realizados, o algoritmo detetou corretamente alterações apresentadas em 85% das fezes incluídas na investigação. Em 76% dos casos, esta solução foi capaz de identificar a presença de sangue.

O sistema inclui imagens dos resíduos humanos e, em seguida, o algoritmo analisa e compara-as com uma base de dados de três mil imagens e as analisa. O algoritmo também pode detetar instantaneamente a presença de sangue nas fezes, mas pode ser capaz, defendem os especialistas, de diagnosticar doença inflamatória intestinal, síndrome do intestino irritável ou mesmo cancro colorretal, um tumor invasivo frequentemente diagnosticado tardiamente.

O protótipo ainda não está disponível ao público e os investigadores estão ainda estão a desenvolver recursos adicionais à tecnologia para incluir mais amostras de fezes para comparar marcadores bioquímicos, podendo detalhar doenças específicas.