Sara Nobre: “O Guidismo é um ‘espaço seguro’ e inclusivo”

Sara Nobre AGP

Aos 37 anos, Sara Nobre preside à Associação Guias de Portugal (AGP), sendo membro do movimento há 22 anos, ou seja, desde os 15 de idade.

Ao Delas.pt, a dirigente deste grupo que partilha o mesmo fundador do escutismo, Baden-Powell, conta que as experiências que viveu “desenvolveram competências pessoais” que coloca em prática quer no plano profissional, quer no plano pessoal. “A liderança, a tomada de decisões, a criatividade, a autoavaliação, a autonomia e a gestão de tempo” são características que Sara Nobre enumera e que diz terem crescido no âmbito da sua vivência em espírito guidista.

Em que é que o Guidismo contribuiu para a vossa formação e vida enquanto mulheres? Experiência, valores, autonomia, empoderamento?

O Guidismo foi um elemento estruturante da minha personalidade e do meu desenvolvimento, nomeadamente, no plano dos valores, das atitudes e das competências. Quanto aos valores, nas Guias vivi (e vivo) valores como a lealdade, a amizade, o Outro, a responsabilidade e um forte sentido de cidadania. No campo das atitudes, a disponibilidade, o bom senso, a firmeza, a autoconfiança, um espírito prático e a interiorização do lema “Sempre Alerta para Servir” são formas de estar que me acompanham diariamente nesta fase adulta.

Que experiências, em concreto, pode partilhar?

Vivi uma série de experiências que desenvolveram competências que hoje coloco em prática na minha esfera pessoal e profissional, como o trabalho em equipa, a liderança, a tomada de decisões, a criatividade, a autoavaliação, a autonomia e a gestão de tempo.

Em que é que o Guidismo pode ser uma mais-valia face ao escutismo misto?

Ambos os movimentos estão comprometidos com a capacitação da juventude e partilham o singular método de educação não-formal fundado por Baden-Powell. O Guidismo beneficia de ser um ambiente exclusivamente feminino, proporcionando às raparigas e jovens mulheres a oportunidade de experienciarem posições de liderança desde tenra idade e oferecendo um ambiente no qual elas se tornam autossuficientes, desfrutam da amizade de outras jovens e desenvolvem uma sensação de autoestima. É um “espaço seguro” e inclusivo, onde podem sentir-se confortáveis sendo apenas elas próprias.

Imagem de destaque: DR