A novela da TVI A Herdeira é um verdadeiro sucesso de audiências desde o primeiro episódio. No elenco conta com atores bem conhecidos dos portugueses como Lourenço Ortigão, Rita Pereira, Jessica Athayde, Alexandra Lencastre e Lia Gama, mas também tem servido de primeira experiência na televisão para muitos jovens atores. Isabela Valadeiro, que dá vida à cigana Safira, é um desses casos.
Aos 18 anos, Isabela deixou a casa dos pais, no Alentejo, para rumar a Lisboa e estudar representação. Entretanto ganhou um concurso de modelos da Face Models, a agência que ainda hoje a representa, e começou a construir uma carreira nas duas áreas. Ainda a estudar, tem dividido o tempo entre as peças de teatro na escola, as gravações de A Herdeira e os desfiles e sessões fotográficas em Portugal e no estrangeiro.
Na última edição da ModaLisboa, que decorreu no fim de semana passado em Lisboa, no Pavilhão Carlos Lopes, Isabela Valadeiro desfilou por Duarte, que apresentou a coleção para o outono/inverno de 2018-2019. Enquanto se preparava para a passerelle, ainda com os rolos no cabelo, a atriz e modelo de 21 anos falou-nos da sua primeira experiência em televisão, de como tem conciliado as gravações com a moda e das comparações constantes com a modelo portuense Sara Sampaio.
O público português conheceu-a através da personagem Safira, em A Herdeira, mas a Isabela não é uma novata na área da representação. Está numa escola de teatro e já fez várias peças.
Não sou uma novata no mundo da representação. No entanto, sou uma novata no mundo da televisão. Todos os dias são de aprendizagem e tento evoluir a partir disso.
Como está correr esta primeira experiência numa novela?
Está a ser muito boa, super exigente, mas deixa-me muito orgulhosa porque ‘A Herdeira’ é uma das novelas mais vistas dos últimos 10 anos. Fazer parte disto é muito bom.
Prefere fazer teatro ou televisão?
Cada coisa tem o seu valor para mim, são coisas completamente opostas. O teatro tem o seu tempo, há uma preparação emocional, é ao vivo, as pessoas estão a sentir as emoções naquele dia e todos os dias são diferentes. A televisão é ritmo, é aquela adrenalina de que tem de ser agora e é mais difícil porque é mais imediata. Mas cada coisa tem o seu fascínio, gosto de ambas.
“Ela é muito vingativa, uma miúda um bocado frustrada, mas ao mesmo tempo tem noção do poder que tem entre os homens e utiliza-o.”
E cinema, gostava de experimentar?
Adorava. Aliás, é um objetivo. Quero muito fazer cinema.
A Herdeira está a ter um sucesso que nenhuma outra novela teve nos últimos anos. A que se deve este êxito?
Ao enredo. O que a Maria João Mira escreve agrada a muitos portugueses. E também pelo elenco. Temos atores muito bons e é um gosto enorme trabalhar com eles.
Quais são os maiores desafios de dar vida à Safira?
Tudo. Esta Safira, por si só, é muito exigente. É uma cigana fora da caixa. Não é uma vilã a sério, mas tem muitas características que fazem com que ela não seja muito boa pessoa e nesse aspeto é um bocado diferente de mim. Ela é muito vingativa, uma miúda um bocado frustrada, mas ao mesmo tempo tem noção do poder que tem entre os homens e utiliza-o. É atrevida, arisca e vai atrás. É um desafio.
Foi o seu primeiro contacto com a cultura cigana?
Sim, é a primeira vez que estou a passar tanto tempo com eles.
A novela tem ajudado a diminuir os preconceitos ou ainda há um longo caminho a percorrer?
As pessoas já olham de outra maneira, pelo menos quem vê a novela, e essa integração é um objetivo e tem sido muito positivo.
Concilia a representação com vários trabalhos na moda. Sempre quis também trabalhar nesta área?
Na verdade, não foi algo que eu sempre quisesse. A oportunidade surgiu num concurso da Face Models e agarrei-a muito bem. Não se pode escolher ser modelo. É um bocado ingrato, mas é uma questão de genética e nós não temos controlo sobre isso. Tive a sorte de poder ser modelo e vou aproveitar.
“[Nos desfiles] Penso sempre que vou cair, mas se cair levanto-me.”
Tem sido fácil conciliar a moda com a representação?
Fácil não é, as duas coisas requerem tempo. Quando temos de estar 100% disponíveis para uma coisa não nos sobra tempo para mais nada. Tenho de me organizar bem, mas é possível.
É muitas vezes comparada com a Sara Sampaio. É algo que lhe acontece só cá em Portugal ou nos trabalhos lá fora também?
Acontece com alguma regularidade, mas já disse que isso é uma primeira impressão. Sou a Isabela e é por Isabela Valadeiro que quero ficar conhecida.
Tem algum ritual que costume cumprir antes dos desfiles?
Não, nada. Só espero sempre não cair. É só o que peço. Penso sempre que vou cair, mas se cair levanto-me.
