Secretária de Estado da Modernização assume homossexualidade

graça

Graça Fonseca, Secretária de Estado da Modernização administrativa assume esta terça-feira, em entrevista ao DN, que é homossexual e afirma fazê-lo como declaração política:

“”(…) as pessoas afirmarem publicamente que são homossexuais, não há muito quem o tenha feito. E acho que isso é importante. E há duas razões para eu achar importante dizê-lo.

Que é homossexual?

Sim. Primeiro porque, como há pouco dizia, a questão de haver poucos deputados ou membros do governo de um determinado grupo tem muito a ver com como é que olho para essas pessoas, como me relaciono com esse outro. E com que empatia. E acho que se as pessoas começarem a olhar para políticos, pessoas do cinema, desportistas, sabendo-os homossexuais, como é o meu caso, isso pode fazer que a próxima vez que sai uma notícia sobre pessoas serem mortas por serem homossexuais pensem em alguém por quem até têm simpatia. E se as pessoas perceberem que há um seu semelhante, que não odeiam, que é homossexual, isso pode fazer que a forma como olham para isso seja por um lado menos não querer saber se essas pessoas são perseguidas, por outro lado até defender que assim não seja. Mas mesmo que seja só deixar de não querer saber já é um ganho.

Harvey Milk, o político americano dos anos 1970 que é uma referência do movimento pelos direitos dos homossexuais, disse, no início da luta, “a privacidade é a nossa pior inimiga”. No sentido em que era preciso dizer “eu sou homossexual” como afirmação política.

Esta minha afirmação é completamente política.”

A entrevista conduzida pela jornalista Fernanda Câncio pode ser lida a íntegra na versão online do Diário de Notícias.