Semana da Moda de Londres proíbe uso de couros e peles exóticas e prevê banir as penas

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[Fotografia: Freepik]

Um ano depois de ter banido oficialmente o uso de peles tradicionais nas passereles, David Leigh-Pemberton, vice-diretor de política do Conselho Britânico da Moda (British Fashion Council, BFC no acrónimo original), entidade que tutela a moda britânica, veio alargar a interdição a materiais como pele de crocodilo, cobra e lagarto.

Neste momento, segundo avança a imprensa, está em cima da mesa a possibilidade de ser também proibido o uso de penas de animais em futuras coleções, numa medida que integra um pacote mais amplo e que tem vindo a ser promovido pelo Institute of Positive Fashion, um dos departamentos do BFC. Aliás, o tema esteve até presente na passadeira vermelha da gala da entrega de prémios do setor, que teve lugar na segunda-feira, 2 de dezembro.

[Fotografia: EPA/NEIL HALL]

Uma das ativistas presentes na gala que premiou designers, manequins e talentos emergentes empunhou um cartaz na red carpet no qual se podia ler que as “penas são usadas por pássaros bonitos e pessoas feias”.

Marcas adiantaram-se a semanas da moda

O Reino Unido junta-se, assim, a entidades que tutelam outras semanas de moda no mundo como a de Copenhaga, na Dinamarca, Berlim, na Alemanha, Melbourne, na Austrália, que já tinham tomado medidas semelhantes, prevendo, contudo, uma abordagem mais ampla e livre ao uso de produtos que derivassem da vida selvagem. Porém, a moda britânica é a primeira das quatro gigantes do mundo da moda a fazê-lo.

Estas novas regras vêm dar resposta à pressão crescente feita por entidades de proteção dos direitos animais e que clamam o fim de produtos de moda feitos a partir de peles, o que inclui sapatos, malas, casacos e outros itens de vestir.

Uma diretiva mais ampla e que alberga também iniciativas de múltiplas casas de luxo que têm seguido caminho semelhante na última década. Entre os exemplos, destaque para a Armani e Gucci, que anunciaram o fim do uso de couros exóticos nas coleções em 2016 e 2017, respetivamente. Chanel, Maison Margiela e Versace fizeram-no um ano depois e Prada cortou em 2019. Em 2022, Burberry e Dolce &Gabbana tomaram decisão semelhante e, já este, ano a marca italiana Max Mara adotou a mesma resolução.