Senado da Argentina vota contra a despenalização do aborto

O Senado da Argentina rejeitou esta quinta-feira, 9 de agosto, o projeto de lei que previa a despenalização do aborto até às 14 semanas de gravidez. A decisão definitiva contraria a aprovação histórica na câmara baixa do parlamento a 14 de junho, que tinha passado o projeto de lei, ainda que sob votação renhida. Agora, no Senado, a descriminalização do aborto foi chumbada com 38 votos contra, 31 a favor e duas abstenções.

O debate durou 16 horas e foi acompanhado, à porta do Congresso por milhares de pessoas, entre apoiantes e opositores à medida que defendia a legalização da interrupção da gravidez nas primeiras 14 semanas de gestação.

A Argentina permite o aborto apenas em caso de violação ou risco de saúde para a mulher.

A sociedade argentina ficou profundamente dividida sobre a questão, independentemente de filiações partidárias ou de classes sociais, e ao longo de várias semanas foram convocadas várias marchas a favor e contra a despenalização.

A influência da Igreja Católica e a posição abertamente contra a despenalização do aborto do Papa Francisco, natural daquele país, terá sido um importante contributo para o resultado desta quinta-feira, apesar dos argumentos usados pelos apoiantes da lei, que se baseiam nas mortes de mulheres, na sequência da realização de abortos clandestinos. Segundo as estatísticas oficiais, em 2016, morreram 43.

Com a decisão do Senado não poderá ser apresentada nova proposta nesta matéria até ao final do ano.

AT com Lusa

Imagem de destaque: REUTERS/Marcos Brindicci

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