Será que tem diabetes e nem sequer desconfia?

Mais de 415 milhões de pessoas em todo o mundo têm diabetes. Com o elevado consumo de alimentos de alta energia e a redução da prática de exercício físico estima-se que, até 2040, este número suba para 642 milhões de doentes. Os números tornam-se ainda mais assustadores quando percebemos que, atualmente, uma em cada 11 pessoas já tem a doença e muitas delas, segundo José Silva Nunes, médico e secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, nem sequer desconfiam.

Quando não é controlada, a diabetes pode chegar a provocar cegueira, insuficiência renal, levar à amputação de membros inferiores e aumentar significativamente o risco de doença coronária e AVC. Por isso, o especialista alerta para alguns sintomas.

“Os principais sintomas de alerta quanto à presença de diabetes mellitus são o aumento desproporcionado da sede, independente da atividade física e da temperatura ambiente, o aumento da quantidade e volume de urina libertada diariamente, alteração na quantidade de alimentos consumidos, alterações no peso corporal e cansaço inexplicável face às atividades desenvolvidas”, explica ao Delas.pt José Silva Nunes, médico endocrinologista do Centro Hospitalar de Lisboa Central e secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Diabetologia.


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No caso da diabetes tipo 1, estes sintomas manifestam-se durante um curto período de tempo, mas na diabetes tipo 2 o processo é bastante mais lento, dificultando o diagnóstico.

“A lentidão no aparecimento dos sintomas pode atrasar o diagnóstico entre sete a 10 anos. Neste tipo de diabetes, os pilares do tratamento são a intervenção alimentar e a implementação da atividade física. Em termos de fármacos, ao contrário da diabetes tipo 1, estes doentes controlam-se geralmente com medicação oral embora possa, em algum período da sua vida, haver necessidade de recorrer ao tratamento com insulina ou outros medicamentos injetáveis”, alerta o médico endocrinologista.

As maiores dúvidas de quem acaba de descobrir a doença

A diabetes implica que os doentes tenham de mudar alguns hábitos de vida, o que faz com que nem sempre seja uma doença bem compreendida. Para alterar esta realidade e alertar para a importância do controlo glicémico são vários os médicos e associações que trabalham todos os dias. A Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP) é uma delas.

“Na diabetes tipo 1 algumas das questões da pessoa com diabetes e dos seus cuidadores são: ‘Haverá cura?’, ‘Terei que me injetar para o resto da vida?’, ‘Serei olhado como uma pessoa diferente?’, ‘Conseguirei fazer uma vida normal?’, ‘Não poderei comer doces?’, ‘Poderei fazer desporto?’, ‘Ficarei com limitações?’ e ‘Poderei ter filhos?'”, revela Paula Klose, presidente da AJDP.

A diferença entre a diabetes tipo 1 e a tipo dois é um dos fatores que mais confusão cria na cabeça das pessoas. É na tipo 1, quando o pâncreas não consegue produzir insulina, que se torna imprescindível injetar insulina no corpo. No entanto, a maioria também não sabe que este problema de saúde está muito ligado às doenças cardiovasculares.

“A grande incidência destas doenças está também relacionada com a população mais idosa e, uma vez que nos dias de hoje a população tende a ser cada vez mais envelhecida, é natural que haja um maior risco de doenças cardio e cerebrovasculares”, clarifica a presidente da AJDP.

Apesar de todas as mudanças que os dois tipos de diabetes implicam na vida dos doentes, estes não têm de deixar de praticar desporto. Muito pelo contrário. Na galeria de imagens acima pode ver alguns exemplos de desportistas portugueses que competem enquanto lidam com a doença.

Jovens diabéticos organizam brunch para todos

No próximo sábado, dia 22, às 15h00, a AJDP vai organizar no Mundo Património, em Campo de Ourique, Lisboa, um brunch aberto a toda a população com o objetivo de educar jovens, familiares e amigos para a importância de uma alimentação saudável.

“A população está cada vez mais interessada em aprender mais sobre a alimentação saudável e equilibrada para manter a sua saúde. É importante que se desmistifique alguns mitos relacionados com a alimentação, ou seja, podemos comer comida saborosa e saudável”, afirmou Paula Klose.

Se estiver interessada em participar neste brunch, inscreva-se gratuitamente através do email [email protected], indicando apenas o seu nome e idade.