Que atire a primeira pedra quem não conhece (ou se identifica com o cenário) alguém que nunca tem um parceiro fixo, foge de alguns encontros amorosos e ainda procura sempre por algum defeito no parceiro com quem está? Pois fique a saber que a razão de tudo isso pode mesmo ser o medo do compromisso.
Na maior parte das vezes, o medo do compromisso vem na sequência de traumas e inseguranças ligadas a relações passadas que correram mal. E todas nós já tivemos alguma relação que nos marcou de alguma forma – e falamos num sentido menos bom. Como em tudo, cada uma reage de forma diferente às situações da vida e, nestes casos, algumas pessoas criam barreiras que dificultam a entrada de outras pessoas nas suas vidas.
Será que tem mesmo dificuldade em comprometer-se com alguém ou apenas ainda não apareceu alguém que a faça sentir que o deve fazer? Conheça então as atitudes mais frequentes de quem tem este tipo de medo e saiba se é ou não o seu caso.
Tem dificuldade em acreditar no seu próprio julgamento
Que atire a primeira pedra quem nunca passou por um mau relacionamento que acabou por influenciar uma relação futura: seja por medos, inseguranças ou mesmo desconfianças que acabaram por nos marcar. “Às vezes, a fobia do compromisso vem de experiências traumáticas anteriores”, afirmou Pricilla Martinez, coach de encontros, à revista Bustle.
“Essas experiências traumáticas podem, assim sendo, fazer com que a pessoa em questão sinta que as suas tomadas de decisão sejam sempre falhadas ou que os outros não são de confiança ou que, por sua vez, não ficarão presentes durante muito tempo. Assim, torna-se difícil conseguir investir em alguma relação, porque todas passam a ser vistas como temporárias”, continuou a explicar. O primeiro grande truque, de acordo com a especialista, é confiar primeiro em si mesma, para que depois sinta que é capaz de encontrar um parceiro que não seja tóxico. Caso contrário, poderá mesmo sentir necessidade de ‘fugir’ quando algo mais sério vem ao de cima.
Desaparece facilmente das relações
Todas nós conhecemos alguém que simplesmente desaparece de uma relação. Seja porque deixa de responder às mensagens ou porque simplesmente deixa de querer combinar encontros e perde o interesse, todas conhecemos alguém que foge ao primeiro sinal de compromisso e rotina. Se essa pessoa é você, então o mais provável é que tenha efetivamente medo de se comprometer com alguém. Se desmarca constantemente algum encontro mais sério, arranja desculpas para não ir mas finge que apenas “não lhe apetece” quando na verdade está a ter um pequeno ataque de pânico ao pensar que a situação pode evoluir para algo mais do que o casual, então talvez seja um problema. A especialista explica que as pessoas com medo do compromisso irão facilmente fugir ou simplesmente deixar de fazer parte das nossas vidas assim que sintam que pode vir dali algo mais sério.
É indecisa entre novos encontros
Pode até ficar muito entusiasmada na hora de combinar o encontro, mas se pouco tempo antes da hora marcada começa a ter segundos pensamentos sobre se quer ou não ir, começa a arranjar mil e uma desculpas para se conseguir esquivar, então é medo de compromisso e de, inclusive, conhecer pessoas novas. É quase como que um medo inconsciente de que esse pessoa goste de si e comece a pedir mais do que está preparada. Para se proteger e evitar estes cenários, acaba por ficar indecisa nas suas decisões e, muitas vezes, desiste mesmo do encontro.
“A incapacidade de tomar ou manter as decisões” pode sinalizar um medo pelo compromisso, afirma a especialista, acrescentando que é normal que estas pessoas “combinem e desmarquem planos com frequência”, concluiu. Da mesma forma, é também normal que percam o interesse pelo parceiro de forma muito repentina.
Escolhe estrategicamente os parceiros
As pessoas que têm medo do compromisso analisam demasiado o parceiro – vão mesmo aos ínfimos dos pormenores. A questão é: será que a grande questão é mesmo entender o que pode ou não resultar ou é apenas uma forma de conseguir arranjar uma desculpa para fugir daquela situação? Estas pessoas acabam por procurar até a falha mais mínima no outro, apenas para terem uma justificação para não continuarem com essa pessoa.
Não está apenas com uma pessoa
Tal como será fácil de entender, o facto de estar com várias pessoas ao mesmo tempo, não mantendo uma relação com nenhuma, também demonstra bem este problema. A menos que, claro está, exista esse acordo de poliamor entre os vários parceiros amorosos. Se sente que não consegue estabilizar (nem o quer) com nenhum parceiro, o provável é que o medo pelo compromisso seja o seu maior problema. Muitas das vezes, a pessoa quer apenas manter as usas várias opções em aberto, de forma a não se comprometer com nenhuma, garantido que nunca fica sozinha – o que também é um problema. Se tem este problema, analise efetivamente se o faz porque é feliz com o facto de ter relações poliamorosas ou se apenas está a fugir por receio.
Não consegue manter compromisso: há forma de mudar?
Sim, há. Mas tem de depender de si e de um esforço para tal. Precisa de uma força genuína que a leve a olhar para a vida – e as relações – de forma diferente. “Em alguns casos, embora raros, as pessoas estão realmente felizes com a vida que têm e não querem fazer as mudanças necessárias para se comprometer com alguém”, explica a especialista. No entanto, a grande maioria tem apenas fobia do compromisso, muito devido ao medo face a experiências passadas. O importante, e o passo principal, é que analise bem as razões pelo qual o faz, tentando entender o porquê de assim o ser e se está disposta a mudar. Mudar pode até ser complicado, mas é possível.
Como mudar este hábito
Calma e persistência serão duas palavras-chave. Primeiro, precisa de entender que esta questão não se muda de um momento para o outro, e que irá dar passos pequenos até chegar ao resultado final. É importante que se sinta confortável com a sua decisão. Se tiver um parceiro, explique calmamente os seus sentimentos, medos e inseguranças. A honestidade é fundamental. E não se esqueça que é sempre possível pedir ajuda a um profissional, que a ajude a entender as razões de ser assim e, consequentemente, de que forma se pode trabalhar para ultrapassar essa barreira.