Sinais e três soluções para combater o ‘burnout’ de mãe trabalhadora

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Trabalhar fora de casa e gerir os horários com a família e os filhos, gerir a angústia de se falhar em algum momento, a constante busca de resposta em torno dos propósitos da vida, a sensação de permanente exaustão são matérias com as quais a psicóloga norte-americana Sheryl Ziegler, se confronta semanalmente cada vez que recebe mães no seu consultório.

“Tratam-se de gatilhos específicos que indicam burnout (esgotamento) e que podem variar consoante as circunstâncias laborais”, descreve a especialista ao site Working Mother e autora do livro Mommy Burnout: How to Reclaim Your Life and Raise Healthier Children in the Process (Esgotamento Maternal: Como Exigir a sua Vida e Criar Crianças Saudáveis Durante esse processo, em tradução literal).

“Se se trabalha em casa ou fora, ou mesmo se não se trabalha, trata-se de uma decisão que se baseia nas necessidades e valores da família, caso a caso”, afirma a psicóloga. Porém, a mesma especialista alerta para o facto de “trabalhando fora de casa, tal pode criar um conjunto único de fatores de stresse que podem aumentar os sentimentos negativos”.

A culpa surge, neste contexto, como o principal indicador, promovendo a sensação de se viver e de se dividir entre dois mundos: questionando as capacidades como mãe e as habilidades profissionais. Mundos agitados que trazem consigo cansaço, angústia e stress crónico, sendo este responsável pelo burnout.

Basta dois destes sete sinais para estar diante de um ‘burnout’

Ziegler enumerou sete sinais de que se está perante aquela condição limite e vinca que, mediante a presença de dois ou mais sintomas ali descritos, então há margem para se estar perante um esgotamento.

Questionar constantemente porque se faz o que se faz e já não sentir alegria no trabalho, e que antes se apreciava

Considerar que o que faz (no trabalho ou em casa com os filhos) pode já não valer

Continuar a perguntar-se o que será e quem será “quando crescer” porque, mesmo mediante a idade que tem, sente-se que ainda não foram alcançados um ou mais objetivos de vida definidos: dinheiro, reconhecimento, prazer ou outros dinheiro que se recebe ou o esforço que é feito

Sentir que o tempo para atingir os objetivos pessoais e profissionais está a escapar por entre os dedos

Considerar que se deveria estar a fazer exatamente o contrário da escolha que se fez. Ou seja, se está a trabalhar, deveria estar em casa com os filhos e vice-versa

Inquirir constantemente sobre os propósitos da vida em geral e perguntar-se ininterruptamente sobre se fazer algo de diferente levará a algo melhor

Manter secreto um objetivo que se tem para vida, mas sentir que tal vai requerer um passo demasiadamente grande. Falamos, por exemplo, de começar um negócio, escrever um romance, correr uma maratona, regressar aos estudos

Três soluções possíveis para combater este estado de exaustão

Proteger intencionalmente o tempo para si própria”, começa por recomendar a médica, lembrando que é importante “saber dizer não às tarefas que são mesmo dispensáveis”.

Ziegler sugere também que se fomente “a independência nas crianças”, levando-as a cumprir tarefas – de acordo com a idade, claro está – como “levantar o prato da mesa, saber vestir-se ou lavar os dentes”. Entretanto, a psicóloga recomenda ainda que se estabeleça um objetivo plausível e exequível por dia.