Sexismo em Hollywood está sob investigação

Jennifer Lawrence denunciou diferenças salariais entre homens e mulheres
Jennifer Lawrence denunciou diferenças salariais entre homens e mulheres

Muito tem dado que falar a discriminação das mulheres em Hollywood. Não só no acesso a oportunidades de trabalho, mas sobretudo na obtenção de salários justos. Jennifer Lawrence deu voz ao problema, assim como Cate Blanchett, Patricia Arquette, Emma Watson, Charlize Theron, entre muitas outras atrizes. Parece que agora, foram finalmente ouvidas.

As autoridades norte-americanas abriram recentemente uma “investigação ampla e aprofundada” às práticas de Hollywood no que toca à contratação de mulheres, anunciou esta semana a União das Liberdades Civis Americanas (ACLU).

Esta mesma organização enviou, no ano passado, uma carta a vários representantes do Governo dos EUA, denunciando a “exclusão de realizadoras”, tanto da televisão como do cinema, e pedindo-lhes que investigassem a discrepância – estatísticas mostram que as mulheres realizaram menos de 7% dos filmes mais vistos e cerca de 14% das séries televisivas do ano passado.

“Sentimo-nos muito encorajados pelo facto de o Governo a levar isto a sério”, reagiu Melissa Goodman, advogada que representa a ACLU. “A nossa esperança é que pressionem os líderes da indústria a lidar com as violações dos direitos civis que as mulheres realizadoras sofreram e estão a sofrer”, frisou.

Desde que a organização apelou à resolução deste problema, dezenas de realizadoras já partilharam publicamente as suas experiências, nas quais foram vítimas de sexismo. Uma delas foi Kathryn Bigelow, a primeira mulher a vencer o Óscar de Melhor Realizadora, em 2008, com o filme ‘The Hurt Locker’. “Sempre acreditei firmemente que cada realizador deve ser julgado unicamente pelo seu trabalho, e não pelo seu género. Hollywood é, supostamente, uma comunidade de pessoas progressivas e com visão de futuro, no entanto esta situação horrível persiste. A discriminação de género estigmatiza toda a nossa indústria. É essencial haver mudança”, alertou, em conversa com a revista ‘Time’.