Alguma vez pensou que papel desempenha durante o sexo? Dominador(a) ou dominado(a) / submisso(a)? É certo que estes termos estão normalmente associados à prática de BDSM, onde os participantes aliam, de forma consentida, dor e prazer. Uma fantasia sexual que, segundo os especialistas na área, traz determinados benefícios para a vida social e até profissional, consoante o lugar que se ocupar na brincadeira.
Está preparada para quebrar tabus em torno da prática de BDSM? E saber quais os benefícios que tem de acordo com o papel que desempenha durante o sexo?
Vamos lá então. Antes de mais, saiba que as siglas da BDSM significam: B/D (bondage e disciplina), D/S (dominação e submissão), S/M (sadismo e masoquismo). Esta fantasia sexual, em tempos considerada um transtorno mental, foi recentemente associada à meditação por Brad J. Sagarin, professor de psicologia na Northern Illinois University e fundador da equipa de pesquisa BDSM.
Porquê esta associação? De acordo com o investigador, o BDSM tem capacidade para alterar o fluxo sanguíneo do cérebro, criando estados mentais positivos parecidos com os obtidos com a prática da meditação. Conclusões que levam os especialistas a acreditar que quem brinca com algemas ou correntes, entre quatro paredes, pode ser mais saudável psicologicamente do que quem não o faz. Irónico, não?
“Aprendemos muito sobre os nossos corpos e as nossas mentes quando nos envolvemos em sexo bizarro”, Jamila Dawson,
terapeuta sexual
Pois bem, voltemos às descobertas de Sagarin, avançadas pelo Harper’s Bazaar. Embora existam benefícios para quem põe em prática as próprias fantasias sexuais, o especialista garante que estes variam de acordo com o tipo de brincadeira e com o papel que cada pessoa desempenha (veja na galeria acima).
A conclusão surgiu depois de Sagarin detetar que os participantes submissos alcançam uma maior hipofrontalidade transitória, reflexo do sentimento de paz e felicidade. Enquanto os dominantes possuem um estado ligeiramente alterado, sentindo sobretudo um maior controlo e concentração.
Estes sentimentos podem permanecer durante minutos, horas ou até mesmo dias, afirma a terapeuta sexual Jamila Dawson. “Um relacionamento perverso saudável pode ser sem dúvida a causa subjacente para o sucesso de algumas pessoas”, afirma a terapeuta ao Harper’s Bazaar. E acrescenta: “Aprendemos muito sobre os nossos corpos e as nossas mentes quando nos envolvemos em sexo bizarro. Faz absolutamente sentido transferirmos esse conhecimento para outras áreas”.
Um caso real
Exemplo disso é a relação que o professor de música e compositor austríaco, Georg Friedrich Haas, tem com a escritora e educadora sexual, Mollena Williams. Definindo-se como o dominador da relação, Haas contou que ambos se apaixonaram depois de ele ter dito a Williams que a queria domar, refere o The New York Times.
É a esta relação que Haas atribui o sucesso que tem tido como artista. Segundo o compositor, o casamento excêntrico e sexualmente ativo que tem com a companheira “melhorou drasticamente a sua produtividade e reformulou a sua visão artística”. Depois de três divórcios e uma vida reprimida, Haas encontrou na concretização dos “desejos demoníacos” uma libertação que, além de explorar novos prazeres e concretizar fantasias, duplicou a produtividade artística dele.
Nada disto espanta a terapeuta sexual Dawson: “Descobri que, geralmente, quem se envolve numa sexualidade expansiva, como o kink (n.r. ter relações sexuais perversas), é mais criativo ou imaginativo na vida profissional ou social”, cita o site da Harper’s Bazaar. E continua: “A cultura kink apoia os impulsos criativos. Dá-lhes um espaço para brincar com os limites, incluindo os limites do corpo e mente, e com estados mentais como a rendição, o medo, a brincadeira e a surpresa. Nesse sentido, kink não é assim tão diferente da arte, do design, ou de qualquer empreendimento criativo. É uma forma totalmente válida de autoexpressão”.
Percorra a galeria de imagens acima para conhecer os benefícios de concretizar as fantasias sexuais e quais as vantagens de estar no papel de dominador ou submisso.
[Imagem de destaque: Shutterstock]
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