
Shonda Rhimes, argumentista e produtora de televisão, é responsável pelo sucesso de séries como Anatomia de Grey e Como defender um assassino. Em março anunciou a sua relação profissional, e emocional também, com a Dove no projeto Real Beauty (Beleza Real) que tem por objetivo expandir a definição de beleza.
Em parceria com a marca de produtos de higiene, Rhimes lançou o repto para que as mulheres enviassem as suas histórias.
A equipa analisou mais de 4500 cartas até que optaram pelos relatos de Cathleen Meredith, fundadora da Fat Girls Dance, e Kylee Howell, uma mulher que abriu sua própria barbearia em Salt Lake City. Foram ambas protagonistas dos dois filmes de estreia, com produção cem por cento feminina. “Sinceramente, quando li estas histórias pensei que teria tanto para aprender com ambas as mulheres. São histórias inspiradoras e confiáveis”, confessou a diretora criativa da Real Beauty Productions perante as candidaturas de Meredith e Howell.
Todas as meninas dançam!
Apesar do excesso de peso, Cathleen Meredith cresceu com a certeza de que era bonita e foi com essa mesma convicção que arrancou com a Fat Girls Dance, em Nova Iorque. “Foi uma audácia, na minha opinião”, comenta a bailarina no filme da Dove, que todas as semanas tem a seu lado mulheres de peso a dançar. Como exemplo para outras mulheres que se escondem por vergonha dos quilos a mais, elas filmam cada coreografia e compartilham online.

A Dove pretende assim mudar a narrativa de como as mulheres, mais jovens e mais experientes, veem sua beleza no mundo que as rodeia. E o que cativou Rhimes foi o facto de que Meredith nunca precisava do aval de ninguém para ser “fabulosa, feroz e bonita“. “Não se incomodava com as criticas. Ela é, provavelmente, a mulher mais confiante que já conheci. Há mulheres que olham para isto como um milagre, porque não é bom ter excesso de peso. O foco aqui é: ‘Ela é gorda, mas gosta de si própria. Uau! Isto sim é maravilhoso’, comenta Shonda Rhimes.
Uma barbearia para as mulheres? Porque não?
Já a história de Kylee Howell é bem diferente. Cresceu no Utah e ainda muito jovem não definia a sua essência. A mãe era dona de um salão de beleza e ali enfrentava, diariamente, a questão de como as meninas deveriam ser e parecer. Ora quando Howell cortou o cabelo à rapaz sentiu-se feliz e a conhecer-se de facto. “Quando olho para fotografias antigas percebo que aquela não era eu. Eu fiz a escolha de ser feliz. E aquele corte de cabelo fez de mim um pessoa genuína“, explica Howell no filme.
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Numa entrevista recente ao The Lily, site do The Washington Post, Shonda Rhimes definiu ‘beleza real’. Para a argumentista e realizadora do filme da Dove ‘beleza’ é a sua melhor parte. “É o que eu sinto do meu melhor. É o mais confiante que posso ser, fazendo o melhor trabalho. Beleza é ser feliz. São os momentos em que decidi ser apenas eu, apesar do que as pessoas possam pensar ou julgar. É ser eu mesma sem julgamentos.”

Rhimes recorda o passado e de como os pais lhe incutiram o conceito de beleza. “Eu nem sequer me lembro de que ‘ser-se bonito’ era uma coisa em que se pensasse. Não era uma qualidade admirável. Não era uma qualidade. Eles eram muito neutros sobre o assunto, o que me fez sentir mais temível para o mundo exterior, porque todos pensavam nisso, da beleza ser algo importante. Agora sou mãe e, quando dizem aos meus filhos ‘oh, eles são tão bonitos’, eu digo ‘eles são inteligentes’. Eles são incrivelmente inteligentes e eu sei que os meus pais deram ali uma mãozinha. A minha filha que tem corpo de manequim e esse é um tipo de padrão de beleza. Estou feliz por ela ser bonita, independentemente de como ela se vê.”
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