Apresenta-se como um mulher que “nasceu livre” e que foi isso mesmo que lhe permitiu ser o que é hoje. Simone de Oliveira, de 96 anos e “quase 60 de cantigas”, como revelou a própria no programa The Voice Portugal, da RTP1, tem sido, há décadas, uma voz ativa e empoderadora na conquista dos direitos das mulheres em Portugal.
Aliás, em conversa com Catarina Furtado, no especial de Natal do concurso de caça-talentos da RTP1, a intérprete vincou que “às vezes [a vida] foi difícil”, mas que “ter uma mãe e um pai extraordinários” a encaminhou. “Nasci livre e essa liberdade deu-me para ser o que sou hoje, pude ter filhos sem ser casada, tive liberdade para fugir de casa porque violência doméstica não era comigo”, afirmou Simone de Oliveira em conversa com a apresentadora.
Contudo, há um tema sobre o qual nunca falou, mas que a cantora gostava de um dia poder responder: “Há coisas que gostava de ter falado e nunca falei. Por exemplo, tinha 23 anos e fui cantar à Guerra de África, devo ser única ainda viva que fui. Naquele tempo da ditadura, era o vais ou… vais!”
Referiu no programa de Catarina Furtado ter, nesta circunstância, “apanhado um dos maiores sustos da vida”. “Íamos no avião e disseram: ‘vamos morrer hoje!’, E eu respondi: ‘Pois olhe, não me está nada a apetecer!’”, revelou Simone de Oliveira.