Será caso para dizer, é Carnaval e aqui há quem leve a mal. Um sindicatos dos enfermeiros em Espanha quer acabar com os disfarces que replicam de forma sexualizada os uniformes das enfermeiras.
Os representantes desta classe profissional consideram sexistas os vestidos brancos justos, curtos e decotados, que se vendem habitualmente nesta altura, como traje de Carnaval.
O Sindicato de Enfermería Satse afirma que a indumentária atenta contra a dignidade e imagem pública daquelas profissionais de saúde e acrescenta, segundo a rádio espanhola Cadena Ser, que esperava que as empresas e lojas que se dedicam a comercializar esses produtos tivessem tomado “boa nota” dos anos de queixas e “não incorressem no mesmo erro este ano”.
A estrutura tinha pedido a que os artigos não só não voltassem a ser comercializados, como não fossem incluídos nos catálogos dos anos seguintes. Mas, numa nota, o sindicato lamenta que nada tenha mudado e que se continuem a recorrer aos mesmos estereótipos sexistas.
“Longe de desaparecerem, os casos de difusão de imagens e mensagens que atentam contra a dignidade das profissões de saúde, fundamentalmente as enfermeiras, continuam a suceder-se, tendo-se registado, inclusivamente, o seu reforço nos últimos meses”, afirma o sindicato, referindo-se em especial ao grupo Auchan.
Há pouco tempo, o Stase propôs à ministra da Saúde, Segurança Social e Igualdade, Dolors Montserrat, a criação de um Observatório da Mulher, na área da saúde, que combata a utilização daquilo que consideram ser estereótipos sexistas e degradantes, que “deterioram gravemente” a imagem e reconhecimento das enfermeiras e de outros profissionais de saúde.
A organização de trabalhadores, que ainda não obteve resposta do ministério, tenciona abordar a questão novamente na próxima reunião com a ministra.
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