“Sobreviverá” Sheryl Sandberg ao escândalo do Facebook?

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REUTERS/Lucas Jackson

Na última edição da Web Summit, a COO do Facebook, Sheryl Sandberg, fez uma aparição em vídeo, onde deixou uma mensagem aos portugueses e de onde saiu, por parte de um responsável pela comunicação do evento, a possibilidade de a executiva vir a estar presente em Lisboa, na cimeira de 2018.

Com o recente escândalo, relacionado com a apropriação indevida de dados de milhares de utilizadores, a envolver a famosa rede social e a empresa de consultoria britânica Cambridge Analytica, a questão parece cada vez mais difícil de responder, sobretudo, porque à exceção de uma entrevista à CNBC, a 22 de março, a executiva tem-se remetido ao silêncio. Facto que tem causado estranheza em alguns gestores e especialistas em relações públicas, dado que esta é considerada a maior crise de reputação que o Facebook enfrenta desde a sua existência.

Na entrevista à CNBC, a executiva reiterou que o Facebook “não vende” os dados dos utilizadores, mas reconheceu que o que aconteceu “foi uma enorme quebra de confiança”.

“As pessoas vêm ao Facebook todos os dias e dependem de nós para proteger os seus dados e lamento que tenhamos dececionado tanta gente”, garantindo que serão feitos os investimentos necessários para garantir a segurança dos utilizadores e evitar a fuga dos seus dados para outras entidades.

Aparentemente, para os especialistas ouvidos pelo The Guardian, Sheryl Sandberg deveria ter dado mais explicações ao público sobre o que aconteceu.

A executiva, que é considerada o braço direito do fundador e CEO da rede social, Mark Zuckerberg, é a responsável máxima de operações do Facebook, assim como uma “comunicadora altamente qualificada”, como nota a publicação.

Roger McNamee, um investidor de risco, que, segundo o The Guardian, encorajou Mark Zuckerberg a contratar Sandberg, em 2008, é um dos especialistas que falou para a publicação britânica, à qual lembrou que a executiva há muito tempo que tem sido “aplaudida pelo extraordinário crescimento e rentabilidade do Facebook”. “Agora que o lado negativo do sucesso foi exposto, ela precisa de trabalhar melhor na aceitação da responsabilidade pelas consequências que as suas decisões têm”, afirmou.

A executiva que, em 2013, lançou o livro “Lean In: Women, Work, and the Will to Lead”, a encorajar as mulheres a darem um passo em frente, deve, agora, assumir para si o que escreveu.

“Ela não se está a ‘chegar à frente’ de todo”, diz McNamee, concluindo que se “alguma vez houve altura para isso, é agora”.

AT

Imagem de destaque: REUTERS/Lucas Jackson

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