Sofre de alergias? Estão a piorar com o tempo

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[Fotografia: Pixabay/ Pexels]

A primavera está a chegar, uma estação carregada de cor e flores. Esta é, para alguns, a melhor estação do ano e, para outros, um pesadelo. Para quem sofre de alergias, o aumento de pólen e flores pode ser um grave problema, uma questão que se agrava com as alterações climatéricas que se fazem sentir nos últimos anos.

E se as poeiras do deserto que tingiram de laranja o céu do sul da Europa nesta semana já provocaram dores de cabeça a muitos, a chegada da Primavera, que está por dias, promete não dar descanso.

A verdade é que as alergias podem vir a ser um problema ainda maior, pois com o aquecimento do planeta faz com que o tempo de crescimento das flores e afins seja maior.

Estima-se que, em 2100, a quantidade de pólen durante esta estação sofra um aumento de 40%, de acordo com uma nova pesquisa publicada na Nature Communications.

Segundo a mesma pesquisa, a produção de pólen irá começar cerca de 40 dias antes do habitual e terminar 19 dias depois.

A equipa Steiner’s desenvolveu um modelo que se baseia em dados históricos, que preveem as emissões de pólen em resposta a fatores como a temperatura e precipitação para 15 das alergias mais comuns. Este modelo conta com o aumento de dióxido de carbono causado pelas mudanças climatéricas, bem como a mudança na distribuição das plantas no decorrer do tempo.

Apesar de se esperar que muitas plantas e árvores produtoras de pólen floresçam, árvores como a bétula não se darão bem num ambiente quente e rico em dióxido de carbono.

Para este feito foi feita uma comparação da quantidade de pólen na área continental dos Estados Unidos, entre 1995 a 2014, e dois cenários hipotéticos, de 2081 a 2100. Pelo meio, juntaram um gás efeito de estufa e combustível fóssil mais extremo o que representa um aumento de 2-3º e 4-6ºC. O pior cenário é aquele em que o aumento de dióxido de carbono atinge um aumento de 2.5 vezes superior ao atual, o que resulta numa temporada de produção de pólen superior e mais intensa.

Impactos do pólen da saúde

O aumento da temporada de produção de pólen acarreta consigo consequências para a saúde pública global. Por exemplo, alunos com alergias apresentam piores resultados e adultos menos produtividade no trabalho. O aumento das idas às urgências dos hospitais por asma tem silo ligado aos dias em que a concentração de pólen é maior.

A Organização Mundial da Saúde acredita que, até 2050, metade da população do planeta irá sofrer de pelo menos um distúrbio alérgico. Recorde-se que, atualmente, as alergias afetam 10 a 30% dos adultos e até 40% das crianças. Este aumento está relacionado com o aumento do pólen e com as formas como os produtos químicos interagem com o pólen.