Startup portuguesa cria aplicação para rastrear contrafação

loja shutterstock
[Fotografia: Shuterstock]

Uma nova tecnologia desenvolvida por uma ‘startup’ portuguesa que, através de uma aplicação eletrónica, rastreia um produto ou obra de arte desde o produtor ao cliente final é apresentada na quinta-feira, 6 de junho, no âmbito do Dia Mundial da Anti-Contrafação.

Designada Monttra, a nova tecnologia assenta num sistema de monitorização do processo de transmissão da propriedade que permite a “total rastreabilidade do percurso de um produto, peça, mecanismo ou obra de arte ao longo de toda a cadeia de distribuição”, desde o produtor ao cliente final, e será apresentada durante a conferência “Contrafação: um negócio em que todos perdemos”, que decorre na quinta-feira em Vila Nova de Famalicão.

Conforme explicou à agência Lusa o empreendedor Fernando Veloso, fundador da ‘startup’ que comercializa a tecnologia anti-contrafação Monttra, esta “impossibilita a entrada de produtos de marca falsificados no mercado” graças à “combinação de uma aplicação ‘web based‘ exclusiva para cada produtor ou marca e de uma ‘app’ (aplicação) disponibilizada tanto a operadores logísticos e comerciais como a consumidores”.

“Com esta plataforma, ao contrário da oferta antifraude disponível no mercado, cuja fiabilidade é recorrentemente questionada, não nos propomos autenticar a qualidade da produção ou certificar a conformidade de uma peça ou produto de marca. Fazemos a diferença porque a solução tecnológica anti-contrafação Monttra assegura a monitorização do processo de transmissão da propriedade“, disse.

Segundo referiu, com esta solução “as marcas e os produtores, fabriquem eles em grande escala ou peças únicas, conseguem garantir a autenticidade do produto ao longo de toda a cadeia de distribuição, desde que o produto, peça, mecanismo ou obra de arte saia das suas instalações até que chegue ao cliente final”.

“Com total fiabilidade, consegue individualizar cada item introduzido no sistema por um produtor ou criador artístico, blindando, desde logo, o respetivo processo de transmissão da propriedade. Desta forma, uniformiza a autenticação de qualquer produto ou peça no ato de compra/consumo, facultando ao cliente final uma alternativa de autoverificação da origem e da genuinidade do que pretende adquirir”, explicou.

De acordo com Fernando Veloso, a Monttra “combina uma espécie de ‘avatar’ com dupla serialização, conseguindo individualizar cada item introduzido no sistema por um produtor ou criador artístico”.

Além de inibir a contrafação, o sistema “permite aos produtores e às marcas conhecer em tempo real o percurso de cada item produzido até ao cliente final, contribuindo para o consumo responsável e em segurança e um controlo interno eficaz”.

A marca de relógios famalicense Reguladora, o mais antigo fabricante de relógios da Península Ibérica, foi o primeiro cliente da Monttra, que está agora a fechar os primeiros contratos com operadores nacionais ligados à moda, vinhos e bebidas espirituosas, medicamentos, dermocosmética, relojoaria, peças para automóveis e artistas plásticos.

Promovida em parceria pela Câmara Municipal de Famalicão e pela ‘startup’ tecnológica local responsável pelo sistema, a conferência de quinta-feira propõe-se “identificar os impactos da contrafação na atividade empresarial e na economia portuguesa e analisar tendências, bem como as razões da compra de produtos contrafeitos pelos consumidores portugueses”.

No evento intervirão o inspetor-geral da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), Pedro Portugal Gaspar, o diretor da Direção de Marcas e Patentes do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), André Robalo, a ‘marketer’ (publicitária) Neuza Silva, autora da tese de mestrado “Determinantes da (intenção de) compra de marcas de luxo contrafeitas”, e o empresário Manuel Serrão, presidente da Selectiva Moda.

Imagem de destaque: Shutterstock

Gigantes da moda proíbem tamanhos pequenos e manequins menores de 16 anos