Stress excessivo ou burnout? Como os distinguir

Young beautiful woman sitting on the pier enjoying sunset
[Fotografia: Istock]

A correria, as rotinas mais exigentes ou mesmo as mudanças bruscas que todos temos vindo a experimentar devido à pandemia provocada pelo novo Coronavírus acarretam ainda mais cansaço, exaustão e desagregação do que rodeia.

Mediante sintomas desta natureza, fala-se apenas de stress ou está-se mesmo numa situação de burnout, podendo levar a problemas de saúde mentais mais profundos. Aliás, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu, em maio de 2019, o burnout como um dos problemas de saúde mental, ligando-o à esfera profissional.

É que se o primeiro se apresenta como temporário ou intimamente ligada a um aspeto da vida, denunciando um envolvimento até excessivo, o segundo caso pode mesmo ser marcado pelo desinteresse.

“Sentimos stress quando nossas reservas mentais, físicas ou emocionais ultrapassam o nosso nível de conforto”, afirma ao site Huff Post o psicólogo clínico norte-americano Ryan Howes.

Já o segundo caso tem por base um stress de alta intensidade, prolongado no tempo e acompanhado de pessimismo, deixando marcas mais evidentes de exaustão.“O sentimento geral é de escassez de energia, motivação e propósito, e a sensação de que não vai mudar”, afirma o psicólogo britânico Lee Chambers ao mesmo site. Mais: apesar da classificação da OMS, o burnout não se verifica apenas em matérias laborais, ele pode evidenciar-se fruto de cuidados parentais ou de cuidados de familiares, cada vez mais exigentes.

Entre os sinais de burnout que devem merecer especial atenção estão o stress prolongado e estendido no tempo, que não alivia depois do cumprimento de uma tarefa angustiante. Para lá dos problemas de sono, é de relevar a permanente sensação de se estar doente com dores de cabeça, estômago e tensão muscular latente e o isolamento e a falta de vontade de socializar . A estas pistas, juntam-se ainda a falta de produtividade, a sensação de pessimismo e de perda de motivação para tarefas simples ou para aspetos que antes não suscitavam reações negativas ou eram valorizados.

Mediante sintomas desta natureza, pedir ajuda a especialistas pode mesmo ser a solução. Há, contudo, pequenos gestos que pode começar a cumprir, mesmo contrariando a vontade. Entre eles, a definição de uma tarefa que se aprecie e que ganhe um espaço regular no dia ou na semana. Caminhar ou a prática de uma atividade física, mesmo que curta, pode ajudar a regular o humor e a aliviar sintomas de maior tristeza. O afastamento, por um curto período, dos fatores que causam angústia pode também ser uma ajuda para interromper este ciclo e trazer algumas respostas face ao que está a sentir.