O aumento das temperaturas na Europa nos últimos 30 anos foi o maior entre os vários continentes, atingindo mais do dobro da média global, indica um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgado hoje.
No período entre 1991 e 2021, as temperaturas aumentaram a uma taxa média de cerca de +0,5 graus centígrados (ºC) por década, segundo o relatório sobre “O Estado do Clima na Europa”, realizado em conjunto com o Copernicus, o Programa de Observação da Terra da União Europeia.
Como resultado, “os glaciares alpinos perderam 30 metros de espessura de 1997 a 2021″, refere o comunicado da OMM sobre o relatório, no qual a agência da ONU lembra que “o derretimento da camada de gelo da Gronelândia contribui para acelerar o aumento do nível do mar” e assinala que, no verão de 2021, ocorreu nesta região autónoma da Dinamarca “a primeira chuva registada no seu ponto mais alto, a estação Summit”.
O estudo é divulgado nas vésperas da 27.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), que reúne representantes de quase todos os países do mundo em Sharm el-Sheikh, Egito, entre 06 e 18 de novembro, para debater a luta contra o aquecimento global e a adaptação às alterações climáticas.
Centrado em 2021, o relatório indica que, o ano passado, as alterações climáticas e os fenómenos climáticos extremos afetaram diretamente mais de meio milhão de pessoas e causaram prejuízos económicos de mais de 50 mil milhões de dólares (50,5 mil milhões de euros).
“Cerca de 84% dos eventos foram inundações ou tempestades”, adianta o comunicado.
“A Europa mostra uma imagem viva do aquecimento do mundo e recorda-nos que mesmo sociedades bem preparadas não estão a salvo dos impactos dos fenómenos climáticos extremos. Este ano, como em 2021, partes significativas da Europa foram afetadas por longas ondas de calor e seca, que favorecem os incêndios florestais. Em 2021, inundações excecionais causaram mortes e destruição”, disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.