Supremo tribunal quer oração mista no Muro das Lamentações

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O Supremo Tribunal israelita sugeriu esta quinta-feira, 31 de agosto, ao Governo que recupere um acordo que autoriza homens e mulheres a rezarem juntos no Muro das Lamentações, indicaram partes envolvidas na questão.

Pressionado pelos partidos ultraortodoxos, cujo apoio é vital para o Governo de Benjamin Netanyahu, este último suspendeu em junho um acordo datado de janeiro de 2016 que previa a criação, em frente à parte sul do Muro das Lamentações, de um espaço onde homens e mulheres pudessem rezar em conjunto.

A mais alta instância judicial enviou ao Governo uma “mensagem clara” de que deveria recuar na sua decisão de congelar esse acordo, indicou o Centro de Ação Religiosa de Israel, organização ativista por um judaísmo reformado.

A organização Mulheres do Muro, uma das que recorreram ao Supremo Tribunal, espera que, numa decisão que será em breve anunciada, o tribunal fixe um prazo de 30 ou 60 dias ao executivo para que este altere a medida ou justifique a sua recusa em fazê-lo, indicou uma porta-voz, Hila Perl.

A disputa de dimensões sociais, religiosas e políticas está a pôr à prova as relações entre Israel e a muito influente comunidade judaica norte-americana, bem como as relações de Netanyahu com os partidos ultraortodoxos, que fazem uma interpretação à letra das normas judaicas.

O congelamento do acordo suscitou uma chuva de críticas na comunidade judaica norte-americana, onde uma visão liberal ou reformista predomina sobre as conceções ultraortodoxas.

Atualmente, homens e mulheres rezam em separado em frente ao muro, o local de oração mais sagrado dos judeus.

Organizações ativistas como as Mulheres do Muro lutam há anos pelo direito, reservado aos homens, de rezar e ler a Tora coletivamente e em voz alta em frente ao muro e de usar o xaile de oração judaico.

Tais reivindicações são apoiadas pelos movimentos judaicos liberais, que atribuem um lugar igual às mulheres e aos homens nos seus rituais religiosos.

Os ultraortodoxos representam apenas cerca de 10% da população israelita.

Imagem de destaque: Amid Cohen/Reuters