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T-shirt ‘made in’ Portugal que alivia menopausa está a ser testada para o cancro

Filipa Fernandes [Fotografia: Nuno Gonçalves/UMinho]

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Decote redondo, de cavas ou de manga curta, brancas, pretas ou beges, a T-shirt criada pela engenheira portuguesa Filipa Fernandes, de 36 anos, apresenta o detalhe técnico que promete aliviar os afrontamentos sentidos durante o período da menopausa, recorrendo a uma tecnologia que regula a temperatura.

A engenheira de materiais licenciada na Universidade do Minho revela, em dia Mundial da Menopausa, que se assinala esta segunda-feira, 18 de outubro, que está a ser estudado o alargamento do uso da camisola a outras patologias em que as variações de temperatura corporais sejam um elemento predominante. “Estamos a testar a aplicação a tratamentos oncológicos com radio e hormonoterapia, adenocarcinoma do pulmão, hemoptise, a doentes sujeitos a tratamentos à tiróide, diabetes e apeia do sono”, enumera a engenheira, que explica que a peça está registada na Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, o Infarmed, como device médico.

O futuro passa por adaptar a tecnologia feita de tecido de algodão modal – e que controla a temperatura através de “pequenas flores de silicone médico com partículas de PCM aplicadas no decote e na cervical” – a peças como “meias, boxers e material desportivo”, revela a engenheira.

Mas há mais caminho, o da internacionalização. “Sei que já há empresas a tentarem negociar por país o exclusivo deste produto. Falamos da Alemanha, Espanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos da América, mas ainda estamos em fase de logística”, justifica, sem avançar datas para a conclusão do processo negociar.

A engenheira reconhece que a reação inicial a esta peça terá sido de algum “ceticismo”, mas nota agora que a atitude diante da tecnologia tem vindo a mudar quer por parte de consumidores, quer por parte de médicos.

[Fotografia: Nuno Gonçalves/UMinho]

[Fotografia: Nuno Gonçalves/UMinho]
[Fotografia: Nuno Gonçalves/UMinho]

Um mês depois do lançamento, a engenheira diz estar a ter “positivos de mulheres e até de maridos de senhoras que agradecem pelo facto de as mulheres estarem a conseguir ter uma vida diferente, mais saudável”. Junto da comunidade médica, Fernandes admite que houve alguma desconfiança inicial, mas após ter distribuído algumas camisolas por “alguns médicos de medicina geral e psicólogos – porque trabalham muito com diferentes patologias e sentimentos que as pessoas demonstram – a verdade é que deixaram de ser céticos após escutarem os relatos das mulheres. Estamos agora a trabalhar com médicos oncologistas”, antecipa.