Na quarta-feira, 1 de março, Teolinda Gersão recebe o Prémio Vergílio Ferreira 2017, pela sua obra. Em 2015, foi-lhe atribuído, pelo romance ‘Passagens’ (Sextante Editora, 2014), o Prémio Fernando Namora. São duas, entre várias distinções que recebeu ao longo do seu percurso literário, que começou a sério em 1981. Tinha 41 anos quando publicou o seu primeiro livro, “O Silêncio”. A escritora, de 77 anos e natural de Coimbra, mas lisboeta de coração, continua a ter nos livros uma das formas de se manter ativa e uma oportunidade de conviver com as gerações mais novas. Atenta ao que a rodeia define-se como uma “otimista com os pés no chão”. Acredita que o país tem um grande potencial, mas nem sempre bem aproveitado. Rejeita o novo Acordo Ortográfico, continuando a escrever segundo a ortografia antiga, e não se preocupa se os seus livros são remetidos para o chavão de “literatura feminina”, deixando às outras pessoas as análises que lhes quiserem fazer. “Acho que isso é tarefa delas”, diz o Delas.pt numa entrevista em que fala também da família e do que a motiva nesta fase da sua vida.
Estes prémios mais recentes que lhe foram atribuídos – o Vergílio Ferreira 2017 e o Fernando Namora 2015 – têm os nomes de dois escritores portugueses de vulto. São autores que fazem parte da sua biblioteca ou que tiveram algum significado especial para si?
Tiveram ambos, porque cheguei a conhecê-los pessoalmente e tinha uma relação afetiva com os dois. Com o Fernando Namora, porque ele nasceu muito perto da aldeia onde o meu avô era professor primário. Nasceu em Condeixa e o meu avô era professor em Cernache, que é a poucos quilómetros, e encontrávamo-nos, sobretudo, nos jantares do Pen Club. Na altura, ele já estava doente mas não se sabia e fazia a sua vida normal. Eu só soube muito mais tarde. Depois de repente ele deixou de aparecer e infelizmente perdemo-lo pouco depois. Portanto, conheci-o durante um tempo bastante breve. Mas era uma pessoa muitíssimo cúmplice, simpática e aberta. E eu gostava de ler os livros dele, que na altura eram muito famosos, muito lidos e traduzidos. Literariamente estou mais ligada ao Vergílio Ferreira porque a obra dele tem muito mais afinidades comigo. Lembro-me que comecei a ler a ‘Aparição’, tinha só 20 anos, e foi daqueles livros que comecei a ler à tarde e só parei de madrugada, quando acabei. Marcou-me muito. Mais tarde vim a conhecê-lo pessoalmente e fomos amigos, ainda durante muitos anos.
Portanto, o universo literário faz parte da sua vida muito cedo.
Ah, sim. Tive esse privilégio.
Ao romance ‘Passagens’ sucedeu-se o livro de contos ‘Prantos, Amores e Outros Desvarios’ (Porto Editora, 2016). Gosta ou necessita, enquanto escritora, de ter essa alternância entre géneros ou trata-se de lançamentos definidos editorialmente?
Não, não tem nada a ver com o catálogo editorial, nem há qualquer influência desse lado mais prático. É um pouco conforme as circunstâncias da minha vida. Há épocas em que estou mais disponível para me concentrar num romance e não fazer mais nada, para estar centrada naquele mundo. E há outras em que sou muito mais solicitada para coisas exteriores e às vezes até nada positivas, como um familiar que está doente ou qualquer coisa desse género, em que tenho muito pouco tempo para me concentrar num projeto. Nessa altura surgem mais os contos, porque posso ir fazendo intervalos entre eles. Concentro-me imenso enquanto estou a escrever, mas são unidades curtas que posso ir interrompendo. Tem mais a ver com isso.
Da mesma forma, mas no sentido contrário, os livros e a escrita também funcionam como uma espécie de escape a essas contingências da vida?
Também, claro. É assim um universo paralelo em que saímos do quotidiano e ficamos mergulhados num outro mundo, mas eu confesso que nessas alturas de escrita me custa brutalmente ser interrompida. Desligo telefones, odeio ter de tratar de outras coisas, de repente vir um problema prático qualquer – uma persiana que se estraga ou coisa assim –, porque quero estar concentrada no trabalho. E isso para mim é muito difícil.
Precisa mesmo de se fechar, por assim dizer?
Preciso mesmo de me fechar, exatamente [risos].
Como escritora, costuma estar atenta às novidades literárias, às revelações ou distancia-se desse tipo de lógica?
Eu acho que há um grande provincianismo em Portugal. Vamos a correr ver o que é que se faz no mundo e as nossas livrarias estão cheias de traduções de livros, sobretudo, americanos, mas também de outras nacionalidades. E nem sempre são tão interessantes quanto isso. Por vezes, são best-sellers…Mas eu não vou a correr ver, gosto de esperar um pouco. A não ser que leia uma crítica que fale com profundidade do livro e eu veja que o tema me interessa, aí vou ler. Mas mesmo aí às vezes fico dececionada. Portanto, eu não vou a correr atrás das novidades. Gosto de determinados autores e não necessariamente dos que agradam ao público.
Apesar disso, e porque foi professora, esses livros e esse marketing não podem também ser bons para chamar ou criar novos leitores?
Acho, sobretudo, que nós temos ainda o preconceito de que Eça de Queiroz falava muito – e aí ainda não mudámos – de que tudo o que vem lá de fora é que é bom. Se formos ver, os livros brasileiros, os livros de língua portuguesa, mas não escritos em Portugal, despertam muito mais interesse às pessoas, do que propriamente os livros escritos pelos portugueses. Assim como os filmes. Temos sempre muitas reticências em relação aos filmes, como em relação aos livros portugueses. Achamos sempre que, muito provavelmente, não são bons, porque nós não somos bons, os outros é que sim e lá fora é que é. Temos esse preconceito, que é errado e que não vejo noutros países. Em França, os livros franceses estão em primeiro lugar, na Inglaterra também, que aliás é fechadíssima aos livros estrangeiros, traduzem uma percentagem mínima por ano. Estão interessados nos seus autores, que escrevem sobre o seu país e sobre a vida da sociedade que é a deles e eu acho que isso é o normal nos países, digamos, normais. Mas, se calhar, nós não somos, nesse aspeto, um país normal. E noutros aspetos também se calhar ainda não somos.
Diz que o que sente e pensa transporta para os seus livros, e depois separa-se deles. Volta a ler os seus livros ou é coisa que nunca faz?
Nunca! É que quando os escrevi, vivi-os tão intensamente, que, depois, me cansei deles. Só volto a lê-los quando sou obrigada. De resto, nunca volto.
No testemunho que deu ao Delas.pt sobre a sua perspetiva para 2017, disse: “se esperavam por grande otimismo da minha parte, desenganem-se” e que a “crise civilizacional é profunda”. Mas há quem veja nestes momentos de grande retrocesso também uma oportunidade de grande reação.
Gostaria de ser otimista, mas tenho muitas, muitas interrogações. Não sei para onde vamos, para onde o mundo caminha. Obviamente que isso me preocupa. Tenho esperança que prevaleça o bom senso, o senso comum, que não estou a ver. Mas é uma esperança, não é uma certeza.
Há algum livro que tenha sentido que ficou por acabar ou ao qual gostava de ter dado outro fim ou rumo?
Não. Na altura era exatamente aquilo que eu queria dizer e ficou dito. E correspondeu àquela época e àquela perspetiva.
Sofreu um enfarte aos 66 anos. Isso mudou a sua maneira de olhar para a vida ou a forma de encarar a mortalidade e o tempo?
De certo modo sim. Fez-me sentir como somos frágeis e como de um momento para o outro podemos desaparecer e isso fez-me valorizar muito mais o momento presente e viver ao máximo cada dia que passa.
Nos seus livros fala da solidão. Como é que a Teolinda lida com ela?
A solidão quando se envelhece, é muito – e isso eu sinto – de ver desaparecer as pessoas que fizeram parte da nossa vida: os amigos, os familiares, pessoas a quem estávamos muito ligados e que vão desaparecendo. E isso dói-me. Há muitas pessoas que me fazem falta e que de repente já não estão lá; por vezes, mais novas que eu. Isso acontece a todos, mas ver esse mundo desfeito e muitos não terem a capacidade, que eu penso que tenho, de se relacionarem com pessoas de gerações mais novas…Tenho relações com pessoas de muitas faixas etárias, e também tenho netos, quase a chegar à idade adulta. Mas sei o quanto me custa perder pessoas da minha geração.
Os seus netos são rapazes ou raparigas?
São dois rapazes.
É uma avó compincha ou mais disciplinadora?
Sou as duas coisas. Tento incutir-lhes a ideia de que há regras e normas e que não se pode viver sem elas. É preciso ser pontual, é preciso trabalhar, é preciso ter horários, ser responsável. Mas, de resto, sou muito aberta, e temos conversas sobre todos os temas e gosto imenso de falar com eles, de os ouvir, de ver como eles veem o mundo, perceber a perspetiva deles. Acho que é muito enriquecedor. E com os alunos das escolas também é sempre muito enriquecedor. Quando eu era professora também gostei desse contacto com os alunos, que eram universitários. Foi uma experiência muito rica.
Hoje fala-se muito das questões de género e a nova geração entende até o termo de uma forma muito mais abrangente que a fronteira tradicional entre sexo feminino e masculino. Isso é assunto em que os seus netos se sentem à vontade para falar consigo?
Não falam muito, mas eles sabem qual é a minha perspetiva que é a de total abertura a tudo. As pessoas são únicas, cada um é como é e o que interessa é serem felizes, aceitando-se como são e vivendo plenamente a sua personalidade. Portanto, não há regras. Não é obrigatório ter filhos, não é obrigatório casar. Nada é obrigatório. O que é importante é a procura da felicidade e é fundamental ter um modo de vida, uma profissão em que se auto sustentem e, eventualmente, estejam em condições de sustentar uma família, se quiserem ou se a puderem ter. Porque, no fundo, são tudo interrogações.
Publicou o seu primeiro livro, “O Silêncio” aos 41 anos, em 1981. Nessa altura, porque, diz, as suas filhas já estavam mais crescidas e também já tinha terminado o doutoramento. Isso eram contingências do papel da mulher na altura: mãe, vida doméstica, carreira profissional? Ou seria semelhante, se fosse hoje?
Ah, hoje em dia é pior [risos].
Porquê?
Porque há menos apoios domésticos. Eu, por exemplo, não tinha família em Lisboa. Estava sozinha e sem ajudas que eram fundamentais para poder trabalhar. Hoje em dia é pior ainda. É muito difícil. Se formos a ver, hoje aparece quase como um feito heróico uma mulher ter um filho. Lembro-me quando nasceram as filhas da Alexandra Lencastre se falou, se comentou ela conseguir, ser atriz e mãe. Era um caso entre muitos. Mas noticiava-se isso e continua-se a dar relevância porque, de facto, é uma aventura muito arriscada ser mãe hoje em dia. E não me admiro que muitas pessoas escolham não ter filhos, porque a sociedade não está feita para isso, não ajuda nada as mulheres. Muitas vezes elas nem sequer são contratadas ou são despedidas quando se sabe que estão grávidas. Há toda uma mentalidade e uma política que não favorecem a maternidade.
Refere que, na adolescência, em momentos de discussão, as suas filhas lhe diziam que ligava mais aos seus livros que a eles. Apesar desses momentos de raiva, e sendo a mãe escritora e intelectual, procurou que elas cultivassem o gosto pela leitura e pela literatura?
Sim e lia-lhes livros. Lembro-me da mais velha dizer: “Ai, Eça de Queiroz é uma maçada. Devíamos ler Vergílio Ferreira. A ‘Aparição’ é sensacional!” [risos]. Foi um livro que lhe foi recomendado e ela gostou muito porque achou que isso é que era atual. “Os Maias” já era passado, século XIX. Não tinha nada a ver com o universo dela, achava ela. Claro que tem! Mas lembro-me de ela ter dito isso. E a mais nova também gosta de ler. Ainda hoje, por vezes, vai a tertúlias literárias. E os netos, sobretudo o mais novo, até tem imenso jeito para escrever mas é mau aluno a Português porque acha as aulas uma maçada.
Estamos a bloquear a imaginação dos mais novos?
Sim, porque querem textos formatados e não há espaço para eles falarem dos seus sentimentos, aquilo que eles querem exprimir e que têm direito a fazer. E não têm espaço muitas vezes.
Que consequências é que isso pode ter na formação da nova geração?
São pessoas muito robotizadas. Mesmo aquelas respostas de escolha múltipla, de cruzinhas, é absolutamente negativo. Porque depois elas não sabem escrever duas frases, é uma cruzinha e pronto. Isso é muito fácil depois de corrigir e muito prático para os professores. O difícil é ler o que eles escrevem. Eu lembro-me que as minhas professoras nos mandavam fazer uma redação todos os dias e tinham de ver 30 redações. A minha era sempre a última, por ser por ordem alfabética. Ela lia e corrigia cada uma das 30 redações. Era outro método completamente diferente, mas muito mais importante.
É militantemente contra o acordo ortográfico. Porquê?
Porque o Português Europeu é uma língua latina e deve manter a sua etimologia. Não se pode ensinar às crianças que o Português é uma língua latina quando as raízes latinas foram apagadas. Os os países germânicos, como a Inglaterra e a Alemanha a mantêm-nas porque herdaram muitas palavras latinas, por influência do Império Romano. Por que é que nós, que somos um país latino, as vamos tirar? Para copiar o Brasil? Não faz qualquer espécie de sentido. No Brasil, eu percebo que o latim não diga nada. Não há ruínas romanas, obviamente, é um país muito jovem, está noutro continente, tem um enquadramento completamente diferente. Portanto, eu percebo que, no Brasil, as raízes latinas sejam eliminadas. Percebo perfeitamente. Para nós, não faz nenhum sentido. Faz parte da nossa identidade e depois começa a ter influência também na pronúncia. Temos de ter a noção de que as consoantes aparentemente inúteis estão lá a ter uma função que é de abrir a vogal.
Diz que a literatura pode regatar-nos para os grandes valores humanos e que vivemos uma “crise civilizacional profunda”. Um escritor sente mais vontade, e até uma obrigação, de escrever nestas alturas?
Acho que isso depende de cada um.
A Teolinda sente?
Sinto. Aliás, eu acho que, de um modo geral, os escritores sentem. Escreve-se para dizer coisas que nós achamos que merecem ser partilhadas e que dizem respeito também aos outros. Não estamos a escrever sobre nós próprios. E penso que nestas épocas há mais livros publicados. Portanto, penso que sim. Mas não tenho uma resposta que se possa generalizar.
Por outro lado, temos o fenómeno das redes sociais, onde toda a gente escreve o que sente. Muitas vezes de forma pouco pensada ou refletida. Qual é a sua opinião?
Bom, eu não estou no Twitter, estou no Facebook e penso que de facto isso corresponde muito ao momento. Mas isso não é literatura, é um substituto das conversas de café, por exemplo, e que hoje quase não existem porque as pessoas não têm tempo de se encontrar. É um fórum virtual de encontro em que as pessoas dizem aquilo que de momento lhes parece e que, obviamente, pode estar errado. Muitas vezes está, e há coisas que as pessoas escrevem sem pensar, sem dúvida, mas isso faz parte da essência momentânea das redes sociais. Acho que se um escritor escreve qualquer coisa numa rede social tem a obrigação de a pensar antes de a escrever, e pode pôr textos literários. Há pessoas que não são escritoras que publicam textos muito belos nas redes sociais. São textos muito pensados, filosóficos, poéticos. Mas acho que as pessoas devem ter, e de um modo geral têm, maturidade e cultura suficiente, para saber distinguir os níveis de comunicação.
Vivia em Coimbra. Veio para Lisboa em que altura?
De Coimbra fui para a Alemanha, depois vim para Lisboa em 1965. Candidatei-me à Faculdade de Letras e entrei [como professora].
Qual é a sua cidade?
Ai, Lisboa. Foi uma escolha.
Também viveu na Alemanha, no Brasil, em Moçambique… Sentiu-se uma pessoa diferente quando veio desses países?
Sim. Acho que é sempre enriquecedor viver fora. Mesmo a experiência de estar em Berkeley [na Califórnia, EUA] também me enriqueceu muito. Vi muitas coisas de que não gostei nada na sociedade americana e isso também me fez valorizar a nossa. Acho que temos um potencial enorme, só que está mal aproveitado, mal organizado. Mas o potencial está todo lá.
Considera-se uma pessoa pessimista ou otimista?
Sou uma otimista com os pés no chão. Realista. Porque milagres não espero, nem acredito neles.
É uma pessoa que não se deixa condicionar facilmente. E o género alguma vez a condicionou?
Não aí não me senti prejudicada. Não pelo facto de ser mulher. Claro que houve um tempo em que as mulheres eram banidas da docência universitária. A professora Maria Helena da Rocha Pereira foi a primeira mulher a doutorar-se em Portugal – porque a Carolina Michaelis tinha feito doutoramento na Alemanha – e ela foi minha professora e eu assisti ao doutoramento dela. E isso na altura era assim uma coisa inaudita. Nunca vista. E ainda havia um certo preconceito.
O que sentiu ao ver uma mulher conquistar esse título em Portugal, pela primeira vez?
Achei ótimo. Também havia a professora Ofélia, que na altura já era assistente, e que foi minha professora. Aliás foram as duas e as melhores professoras que tive na Faculdade de Coimbra – foram mulheres. Percebi que as mulheres tinham o caminho aberto, embora houvesse resistências.
E na literatura? Fala-se muitas vezes de uma escrita feminina e há autoras que sentem que isso é depreciativo e que tenta acantonar as escritoras numa espécie de subgénero dentro da literatura. Sentiu ou sente isso de alguma forma?
Não. Eu não me preocupo com o que as pessoas escolhem analisar nos meus livros. Acho que isso é tarefa delas. Aí também não me deixo condicionar. Não quero criar um horizonte de expectativa em que interiorize que sou uma escritora e que portanto devo escrever sobre determinados temas que o público espera que eu escreva. Isso para mima não existe. Escrevo sobre o que acho que é interessante, que me toca e que acho que pode interessar os outros e depois não me preocupo com o resto.
Quais foram as suas maiores conquistas pessoais?
Acho que foi ter conseguido, no fundo, aquilo que queria: conciliar uma vida familiar com a vida profissional, de professora, e depois ter chegado a um ponto em que pude abandonar a função de professora e dedicar-me só à escrita.
Além da escrita, como é que atualmente ocupa o seu tempo?
Gosto de viajar. Aliás, a escrita também me leva a viajar, a contactar com outras pessoas, a ir eventos. Há muito trabalho de escritor que não é só a escrita e essa parte também é interessante e enriquecedora. E continuo a ser uma leitora devoradora de livros, uma amante do cinema, do teatro, de música. Continuo a ter também uma vida social restrita, limitada aos amigos, para ter tempo para estar com eles e viver, em suma. E, sobretudo, ver os netos crescer e dar-lhes o apoio que posso e ter a alegria de os ver entrar no mundo e na vida real.
Teme pelo futuro deles ou acha que têm as ferramentas necessárias para serem felizes?
Eles têm as ferramentas necessárias. Felizmente são inteligentes, bem formados, têm muito caráter, são muito honestos e vão ser capazes de ser aquilo que decidirem ser, escolher o seu próprio caminho e serem felizes nele. Tenho a certeza disso.
Imagem de destaque: Gerardo Santos