Terapias alternativas podem ajudar no alívio dos sintomas da esclerose múltipla

A Associação Nacional de Esclerose Múltipla (ANEM) quer apostar em divulgar mais informação sobre a doença que atinge mais mulheres do que homens e apresentar os efeitos de terapias alternativas como o qicong, com raízes na China, no alívio dos efeitos provocados pela patologia.

Na galeria acima, fique a conhecer os principais sintomas desta doença.

“É uma terapia recente, com dois anos de aplicação na doença e que deixa os doentes mais calmos, fá-los refletir, trabalhando não apenas a parte psíquica como a parte física”, descreveu a presidente da ANEM, Lurdes Silva, explicando que o qicong vai ser um dos temas em análise no simpósio que arranca esta segunda-feira, 4 de dezembro, dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla.

O terapeuta Luís Carvalho explicou que o qicong “trabalha fundamentalmente a parte da respiração e da energia”. A terapia incide, “no caso da Esclerose Múltipla, nos meridianos do baço, estômago e do fígado”, ajudando o paciente a acalmar-se, relaxando a parte muscular. “Permite-lhes também aumentar as capacidades de respiração dando-lhes uma sensação de liberdade de movimentos”, observou Luís Carvalho em declarações à Agência Lusa, que “uma vez por semana, em sessões de entre 45 minutos e uma hora”, presta este serviço nas instalações da ANEM.


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O seminário, que se centra nos “Desafios do cuidador nas doenças neurológicas”, decorre em Gondomar, e abre com o tema “os cuidadores no acompanhamento do doente com esclerose múltipla”, pretendendo “elucidar para o tipo de perguntas que estes devem fazer para perceber as nuances da doença”, disse Lurdes Silva também à Lusa.

“É importante para eles perceber o evoluir da doença, por que tem o doente uma fadiga constante, o desânimo que se instala e o tipo de cuidados que devem ter”, explicou a responsável da ANEM de uma doença que “prejudica também ao nível cognitivo” daí que, “muitas vezes, o doente não perceba o que o médico lhe está a dizer”, valendo-lhe o cuidador “nessa necessidade de perceção”.

O olhar e os testemunhos dos cuidadores e a questão financeira em análise

Em complemento ao tema, acrescentou Lurdes Silva, “três cuidadores irão falar sobre os seus exemplos particulares”, num momento do seminário em que se pretende “tornar o diálogo com os presentes mais interativo e útil na partilha de conhecimentos”.

A questão financeira será um dos assuntos fortes no tema “O cuidador e os seus desafios”, revelando a presidente da ANEM que “os rendimentos pesam nas ajudas técnicas e no equipamento de suporte de que podem diferenciar os doentes”, desde logo o acesso a uma “cadeira elétrica ou um tipo de andarilho mais sofisticado”.

“Isso afeta a maior parte deles, num problema que os atinge também psicologicamente, por não aceitarem a doença, deixando-os com um feitio terrível e tornando alguns até, agressivos, porque acham que o mundo lhes caiu em cima”, descreveu.

No dia dedicado ao debate da doença, é importante salientar que a esclerose múltipla atinge, estima-se, 2,5 milhões de pessoas no mundo. Esta “doença inflamatória crónica do sistema nervoso central é é a patologia neurológica mais comum, não traumática e incapacitante em jovens adultos”, lê-se no site da ANEM.

CB com Lusa

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