Theresa May: 10 detalhes sobre a mulher que sobreviveu a duas moções

A primeira-ministra britânica volta a sobreviver a nova moção. O parlamento britânico rejeitou a censura interposta pelos trabalhista, liderados por Jeremy Corbyn, com 325 votos contra e 306 a favor.

A moção de não confiança tinha sido submetida após o chumbo do acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia (‘Brexit‘) negociado durante 17 meses pelo executivo de May com a Bruxelas e que recebeu 432 votos contra e 202 a favor. Uma longa negociação que foi finalizada a menos de três meses para a saída do Reino Unido da UE, marcada para 29 de março.

Esta é já a segunda moção a que May sobrevive, depois de ter sido alvo de censura interna por parte do partido que lidera, os conservadores, em dezembro de 2018.

Mas afinal, quem é a mulher que está a conseguir resistir a todos estes ataques num dos processos mais complexos e difíceis a que a Europa tem assistido em décadas. Na galeria acima, fique a conhecer dez detalhes da vida e do percurso da primeira-ministra britânica.

“É chegado o momento de pôr os interesses individuais de lado”

“Esta noite, o Governo ganhou a confiança do Parlamento [ao vencer a moção de censura apresentada pelo Partido Trabalhista] (…). É agora chegado o momento de pôr os interesses individuais de lado”, disse a chefe do executivo britânico, numa declaração proferida em frente à sua residência oficial, o n.º 10 de Downing Street.

Theresa May lamentou, contudo, que Jeremy Corbyn, o dirigente do maior partido da oposição, o Partido Trabalhista, tenha decidido não se reunir com ela. “Estou desiludida por o líder trabalhista ter escolhido não se juntar a nós por agora”, disse a governante, acrescentando, contudo, que “a porta continua aberta”.

Um porta-voz trabalhista informara pouco antes que Corbyn rejeita “um diálogo significativo” com May enquanto persistir – por ela não a ter descartado – a ameaça de um ‘Brexit’ sem acordo, ou seja, uma saída não-negociada da UE.

A chefe do executivo britânico indicou que tenciona continuar nesta quinta-feira, 17 de janeiro, os contactos com outros partidos para tentar avançar na direção de um acordo sobre o ‘Brexit’ que possa obter o apoio maioritário da Câmara dos Comuns quando submetido a votação. “Devemos trabalhar todos juntos, de forma construtiva, para determinar o que quer o Parlamento. Por isso, convido todos os membros do Parlamento para que procuremos uma forma de avançar”, disse a primeira-ministra hoje à noite.

May tem até segunda-feira para regressar à câmara baixa do Parlamento com um “plano B”, uma proposta de ‘Brexit’ alternativa.

Reino Unido sob fogo cruzado e Cameron surfa na Costa Rica

Enquanto Theresa May e o Reino Unido vivem um longo e complexo compasso de espera, o ex-primeiro ministro, David Cameron, começou 2019 a surfar nas ondas da Costa Rica, segundo informações veiculadas pelos tablóides britânicos e citadas pelo jornal norte-americano The Washington Post. Recorde-se que foi ele quem, em 2016, convocou o referendo que acabaria por ditar a saída do Reino Unido da União Europeia. O mesmo resultado levaria Cameron a demitir-se das suas funções, levando à subida de May. Um ano depois, a primeira-ministra convocava eleições antecipadas e ganhava-as.

Uma sondagem recente da estrutura britânica YouGov indica que Cameron – que tem tentado manter um low profile nestes tempos conturbados – não deixou boas lembranças aos britânicos. Afinal, 58% dos inquiridos declarou ter uma imagem negativa do anterior chefe de Governo e é, conta o mesmo periódico norte-americano, frequentemente acusado de ter abandonado o país numa circunstância política complexa, deixando de herança à sua sucessora um problema de difícil resolução.

CB com Lusa

Imagem de destaque: Henry Nicholls/Reuters

O inferno de Theresa May: eleições antecipadas ou 72 horas para um plano B?