“Tivemos cerca de 600 contactos e a maioria das denúncias é relativa a pornografia infantil”

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[Fotografia: Divulgação]

Em oito meses de existência, a Linha Internet Segura, da Associação Portuguesa de Apoio à Vitima (APAV), já recebeu “mais de 600 queixas”. A conta é feita por Ricardo Estrela, responsável desta estrutura de apoio e denúncia ao Delas.pt e no dia em que as estruturas inauguram a exposição Armas do Século XXI, aberta ao público nas Carpintarias de São Lázaro, em Lisboa.

 

“Desde janeiro até agosto e de acordo com os nossos dados, a larga maioria dos casos de denúncia diz respeito a pornografia infantil, falamos de mais de metade”, antecipa Ricardo.

Deixa um alerta muito claro: “Vemos muitas vezes que os sites têm imagens de bebés ou crianças em que surgem num primeiro banho ou numa ida à praia, falamos por vezes de imagens partilhadas ao abrigo do sharenting (pais que mostram o quotidiano dos seus filhos sem perceberem que podem estar a divulgar material que pode ser depois usado para outros fins)”, refere o responsável. E especifica: “Esta criança ou bebé aparecem nus e o que muitas vezes acontece é que essas fotos vão parar a esses sites de pornografia infantil que analisamos na sequência de denúncias”.

E se a maioria das queixas diz respeito a estes dados, Ricardo Estrela explica que “em segundo lugar e em posição exaequo estão o phishing e o ciberbullying”.

Nem metralhadoras nem bombas, apenas ecrãs

“O objetivo é mostrar o que é usado quando falamos de cibercrime. As pessoas podem pensar que verão metralhadoras e bombas, mas depois quando chegam a este espaço austero, as carpintarias de São Lázaro, em Lisboa, veem que são bem diferentes”. Um ecrã de computador ou um telemóvel bastam para perpetrar o crime, armas que estão ao dispor e acessíveis a todos.

Uma exibição que conta com “dados estatísticos e com depoimentos de situações que aconteceram e que chegaram à nossa linha de apoio”, refere Ricardo Estrela. O responsável espera que, com esta mostra, seja possível “sensibilizar para os perigos inerentes ao uso da internet e para a existência da linha gratuita 800 21 90 90, e que faz parte de apoio às vítimas de violência”, descreve.

Imagem de destaque: Divulgação

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