Todas as raparigas na Alemanha vão ter aulas de natação com os rapazes

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O Tribunal Constitucional Alemão decretou esta quarta-feira que todas as raparigas sem exceção devem frequentar as aulas de natação da escola pública com os rapazes. A decisão foi tomada depois de um longo processo iniciado por uma rapariga de origem marroquina, representada legalmente pelo advogado dos pais, que pediu para ser dispensada das aulas de natação por não querer usar fato de banho em frente aos colegas do sexo masculino.

Depois dos tribunais de várias instâncias terem todos decidido que a rapariga de 11 anos frequentasse aulas mistas de natação, o apelo chegou ao Tribunal mais alto da Alemanha, acrescentando no acórdão, segundo a a agência Reuteurs, que o burkini podia ser encarado pela família como um traje de banho apropriado à situação. No entanto a família continua a argumentar que o fato-de-banho que cobre todo o corpo não está previsto nos preceitos do Islão, religião que professam, nem a visão do corpo seminu dos rapazes.

The building of the German Federal Supreme Court (Bundesgerichtshof) is seen in Karlsruhe, Germany September 13, 2016. Police raided asylum-seekers homes in northern Germany today, arresting three Syrians suspected of being members of Islamic State and awaiting instructions from them to take part in terror attacks. REUTERS/Ralph Orlowski - RTSNI9D
(REUTERS/Ralph Orlowski)

Alemanha de braços abertos aos migrantes mas a colocar condições

Esta decisão do Tribunal Constitucional Alemão, contrária ao preceito de recato do corpo da mulher que parece existir na comunidade islâmica do país, está a ser vista como um reforço da posição de Angela Merkel tornada pública num congresso da CDU, partido que lidera, na passada terça-feira. Disse a chanceler alemã que “o véu integral que cobre toda a cara é inapropriado e deve ser banido sempre que for legalmente possível”.

Esta semana prevê-se que o parlamento alemão aprove uma lei que elimine o uso da burka e do niqab em espaços públicos como escolas e universidades, tribunais, operações stop da polícia. A chanceler reforçou que “a lei alemã prevalece a códigos de honra, a questões tribais ou à sharia (a lei islâmica)” reforçando de seguida a importância da integração dos imigrantes, e que ela se faça nos dois sentidos:

“Às vezes parece que aqueles que toda a vida viveram na Alemanha também precisam urgentemente de um curso de integração.”

Defendendo a lei e os costumes ocidentais nesse mesmo discurso, a candidata à liderança da Alemanha pela quarta vez manteve a intenção de abrir as fronteiras aos refugiados, apelando a que situações como as de 2015, em que milhares ficaram retidos na Hungria, não se repitam.