Tomar: município exemplar para famílias

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A bandeira atribuída pelo Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis já está no município de Tomar. O que contou para a avaliação tão positiva? Os projetos e atividades realizadas pela câmara no apoio às famílias na área da educação, estruturas como o Centro de Apoio à Família e a Universidade Sénior, a disponibilização de habitação social, o Banco Local de Voluntariado, as tarifas sociais no fornecimento de água (recebidas por mais de 2500 agregados), a cedência de equipamentos e apoio à organização de eventos, entre muitas outras iniciativas como o Cartão do Idoso.

“As famílias são o núcleo central da sociedade”, evidencia Anabela Freitas, a Presidente da Câmara. “Um dos problemas mais graves do País é a baixa taxa de natalidade, o que só será resolvido com uma aposta forte na qualidade de vida das pessoas”. Ressalva no entanto que “temos que perceber que a noção de família é hoje muito diferente do que era ainda há poucos anos e há muitas entidades públicas que ainda não entenderam que é necessário fazer essa adaptação”.

No caso concreto do concelho de Tomar, que tem vindo a perder alguma população nas últimas décadas, é fundamental a criação de políticas que permitam a fixação dos casais jovens e a vinda de novos moradores. Um dos maiores passos é dar-lhes formação.

Formação é investimento

Lucília Caldeira, o marido e os três filhos gémeos, de 21 anos, são bons exemplos de quem nos últimos anos usufruíram das políticas sociais da Câmara Municipal de Tomar (em 2016 foram atribuídas 41 bolsas com valores entre os 50€ e os 150€ mensais para os estudos superiores). Os três, desde sempre excelentes alunos e com vontade de tirar um curso superior, deram aos pais com vontade de investigar formas de os ajudar a concretizar o sonho de uma vida.

Lucília conseguiu. Tornou-os bolseiros e o município ajuda com um montante que paga as viagens entre Lisboa e Tomar e parte do material escolar. De casa quase levam sustento vindo da terra, com qualidade quase impossível de encontrar na capital para a quinzena (até porque os pais ganham aproximadamente o salário mínimo nacional e investem algum tempo na sua horta).

“De qualquer modo”, avança Lucília, “faríamos tudo o que estivesse ao nosso alcance para que eles continuassem os estudos porque têm excelente aproveitamento”.

Patrícia, uma das filhas que está a fazer mestrado em Veterinária – os outros estão em Ciências do Desporto e no Mestrado de Engenharia Mecânica, diz: “Conseguiríamos, mas seria muito mais complicado estarmos todos a estudar sem a ajuda da Câmara e uma coisa é certa: quero voltar a Tomar e exercer a minha profissão se não na cidade, perto da minha terra”.

Medidas marcantes

“Uma das principais bandeiras da minha candidatura foi a habitação condigna para todos os munícipes. Tomar, que se orgulha de possuir um património histórico edificado de renome mundial, tinha (e ainda continua a ter, embora a situação já tenha melhorado significativamente) pessoas a viver em condições”, conta a autarca.

E, apesar de as condições financeiras do Município não serem as mais desafogadas, investiu-se o possível em habitação social, abrindo-se concursos anuais para os mais carenciados. Com uma grande diferença em relação ao passado: Tomar tem há várias décadas uma grande comunidade cigana a morar em barracas, mas só neste mandato é que puderam concorrer, em igualdade de circunstâncias a casas condignas. “Isto tem permitido vir a integrar essas pessoas, num processo que o próprio Governo tem reconhecido como um dos melhores do País nesta área sensível”, garante Anabela Freitas.

“Gostaria ainda de salientar o esforço de criação de uma rede social no concelho”, diz a autarca, “evitando que as diversas entidades andassem a trabalhar cada uma para seu lado e conseguindo, assim, dar respostas melhores e mais eficazes”.

Horizontes longínquos

Na área da educação, o município atribuiu em 2016/2017 mais de 22 mil euros em subsídios escolares. Mas não se fica pelas crianças: os adultos também estão contemplados.

Rosário, 64 anos, aposentada, já foi estudante e hoje coordenadora da Universidade Sénior, é um dos exemplos. Explica que, por apenas “dez euros todos podem frequentar a instituição”, cujas instalações são disponibilizadas pelo Município. “Temos aulas que vão da dança à música, passando pela História“.

Se muda a vida de quem a frequenta? “Sem dúvida”, diz Rosário, que passou décadas a ensinar História. “Ajuda a desenvolver o relacionamento interpessoal, combate o isolamento e aumenta o espírito de entreajuda, essencial sobretudo nestas idades”, conta.

Só mais um motivo de orgulho para Anabela Freitas, que não prevê grandes novidades para 2017. “Todavia”, adianta a presidente, “posso referir algumas das que estão em vias de implementação, como o Plano Municipal para a Igualdade, o novo e mais dinâmico modelo de Feira Social ou o mês da Cidadania, Igualdade e Solidariedade e o projeto Hai Shala, dedicado à inclusão da comunidade cigana através da divulgação da sua cultura e dos seus costumes”. E, assegura, “haverá ainda iniciativas destinadas a angariar mais bens e verbas para o apoio social, como é o caso da renegociação do contrato com a Sahra Tredding (contentores de recolha de roupa usada) ou de protocolos com entidades que colaboram com o Centro de Apoio à Família”.