Trabalhistas britânicos querem mais mulheres nos altos cargos da função pública

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[Fotografia: Shutterstock]

O partido trabalhista britânico quer equilibrar as quotas por género no topo da cadeia do serviço público. Atualmente, o grupo, composto por 12 dos mais altos funcionários do governo e presidido pelo secretário do gabinete, Sir Jeremy Heywood, inclui três mulheres e quatro homens que foram ordenados cavaleiros.

Pedido que chega após ter sido constatado que, entre os membros seniores do Whitehall, havia mais cavaleiros do que mulheres e após pedir que seja atribuído um posto de função pública naquele organismo à nova secretária permanente do comércio, Antonia Romeo.

“Não é saudável para um governo ser administrado por um círculo fechado e apertado. Não é expectável que as políticas governamentais levem em conta a diversidade do público britânico, se as pessoas que tomam decisões são oriundas das mesmas escolas e universidades e chegam de contextos semelhantes”, declarou Paula Sherriff, citada pelo jornal britânico The Guardian.

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A deputada da oposição detentora da pasta equivalente à de ministro das Mulheres e da Igualdade considera que “quando são nomeados mais cavaleiros do reino do que mulheres ao nível da cúpula do governo, isto diz muito pouco sobre a política de igualdade defendida pelos conservadores”.

Paula Sherriff [Fotografia: Twitter]
Paula Sherriff [Fotografia: Twitter]
Paula Sherriff exemplifica, criticando, que David Cameron, ex-primeiro-ministro britânico, após ter chamado a si mais poder na hora de nomear substituiu nove altos quadros femininos por homens, durante o seu mandato, e em áreas como a Defesa, as Alterações Climáticas, o Ambiente, a Saúde, Justiça, Administração Interna, Ajuda Internacional, Transporte e Autoridade Tributária e Segurança Social.

Sherriff considera que a diversidade de género nos lugares governamentais de topo tem sofrido duros retrocessos durante os mandatos dos conservadores, com o número de mulheres a cair para metade dos postos seniores, em cinco anos. Em 2011, metade dos 16 maiores departamentos estava nas mãos de mulheres, hoje, seis anos volvidos, contam-se quatro.

E enquanto acreditava que Theresa May, a primeira-ministra britânica, poderia fazer melhor por esta causa, a verdade é que – aponta Sherriff – a governante escolheu um homem, Oliver Robbins, para o recém-criado departamento para o Brexit (a saída do Reino Unido da União Europeia, ditada após referendo).

“A função pública está empenhada em ser um lugar onde todos podem singrar, independentemente da formação, tendo por objetivo tornar-se no empregador mais inclusivo do Reino Unido” declarou fonte oficial do Gabinete.

Mais, o mesmo porta-voz explicou que “atualmente, mais de 40% dos postos de trabalho na alta administração pública está nas mãos de mulheres” e garantiu não dar por concluída a tarefa.


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“Ainda há muito por fazer e é por isso que estamos determinados a remover quaisquer barreiras que existam para o sexo feminino ou outro grupo sub-representado na função pública”, declara a mesma fonte oficial