“Trabalho igual, salário igual” ainda não é uma realidade em Portugal

shutterstock_700077655

A CGTP alerta para a desigualdade salarial existente entre mulheres e homens em Portugal, que em 2016 era de 15,75%, o que corresponde a mais de dois meses de trabalho não remunerado por ano.

A desigualdade salarial foi um dos seis temas que estão na base da semana de luta pela igualdade que a Intersindical promoveu em todo o país e teve início no dia 5 de março.

Para discutir este tema, a CGTP fez uma análise, com base em dados divulgados pela PORDATA, que mostra que a desigualdade salarial entre mulheres e homens em 2016 era de 15,75%, relativamente ao salário base, o que correspondia a 69 dias de trabalho não pago.

Se a comparação fosse feita com base no ganho médio mensal, a diferença salarial era de 19,14%, o que significaria que as mulheres trabalhariam 73 dias num ano sem remuneração.

Segundo a União dos Sindicatos de Lisboa (USL/CGTP), no distrito de Lisboa as mulheres ganham menos 22% que os homens.

No mesmo distrito, cerca de 30% das mulheres trabalhadoras por conta de outrem, recebem o salário mínimo nacional, que é de 580 euros.

A semana pela igualdade decorre até sexta-feira sob o lema ‘Afirmar a Igualdade — Emprego/Direitos/Dignidade’.

Fátima Messias, dirigente da CGTP que coordena a comissão pela igualdade, disse à agência Lusa que a iniciativa deverá contar com a participação de mais de 60.000 mulheres trabalhadoras de todo o país.

Ao longo da semana serão visitados 1.017 locais de trabalho onde foram identificados problemas relacionados com o tema, onde serão feitos plenários, debates e contactos.

Serão ainda realizadas 23 ações de rua em todo o país, nomeadamente concentrações, manifestações, tribunas púbicas, e quatro greves.

Segundo Fátima Messias, o objetivo é assinalar, alertar e reivindicar em torno de seis temáticas concretas que afetam particularmente as mulheres trabalhadoras.

A discriminação salarial, a precariedade, as doenças profissionais, os direitos de maternidade e paternidade, o assédio no trabalho e a conciliação do trabalho com a vida familiar e pessoal, são os temas que estão na base da convocação desta semana de luta pela igualdade.

Conciliação familiar é uma das maiores preocupações dos trabalhadores