Traição: quando o fim do amor é o menor dos problemas

Não se trata apenas de perder a confiança no outro. A traição, essa realidade tão comum nas relações amorosas, traz consequências bem mais dolorosas do que a simples rutura. A infidelidade pode comprometer a saúde mental e física de quem é traído, garante Margarida Vieitez, especialista em relações, autora e mediadora familiar e de conflitos.

Na galeria acima fique a conhecer, de forma clara, quais os problemas físicos e psíquicos que ficam gravados para sempre na pele e na memória da pessoa que sofre este tipo de deslealdade.

“A traição provoca profundo sofrimento”, começa por explicar a especialista ao Delas.pt. Mas há muito mais. Vieitez fala mesmo em “choque, negação, raiva, insegurança, desorientação, desespero e ansiedade”. Debilidades psíquicas a que se juntam – prossegue – “a sensação de rejeição ou abandono e de frágil autoestima e da autoconfiança”. Sentir profunda tristeza e dor psíquica” são outras consequências emocionais e psicológicas que mais afetam quem é traído, refere a especialista em relações.

Mas trata-se, apenas, da ponta do icebergue. Depois de se descobrir uma traição, surge um rol de perguntas e inquietações que acentuam ainda mais o sofrimento vivido, podendo este refletir-se no dia-a-dia e a vários níveis – tanto na vida profissional, como na social.

“Existe tendência para o isolamento, dificuldade de concentração no trabalho, maior conflituosidade com os outros, baixa tolerância e compreensão”,antecipa Margarida Vieitez, que alerta também para “um sentimento de vergonha por se ter sido traído, e a procura incessante de uma explicação para o sucedido”. Ou seja, assiste-se “à perda de confiança no outro e em si mesmo, levando a que a pessoa traída se interrogue acerca de quem verdadeiramente é e qual o seu valor”, refere a mediadora.

Ser traído provoca hipertensão e problemas gastrointestinais

Já a nível físico, as sequelas passam por “mais stress, dificuldade em dormir, falta de apetite, perda de peso, tensão alta, sensação de nó na garganta, palpitações, distúrbios gastrointestinais, dores nas costas e no peito, entre muitas outras”.

Estes são sintomas que podem variar de pessoa para pessoa, tal como a recuperação de uma traição. Se para uns pode ser mais fácil, para outros pode ser um processo difícil e doloroso.

Segundo a mediadora familiar e de conflitos, só através da “expressão de todas as emoções, com empatia e respeito recíprocos e com perdão” é possível resolver todos os conflitos próprios e com o outro, ultrapassando a traição.

Mesmo assim, a pessoa traída pode tornar-se alguém extremamente frágil no campo amoroso, podendo sentir grande dificuldade em voltar a confiar, alerta Margarida Vieitez. A especialista defende: “Nesses casos a pessoa precisa ‘trabalhar’ a confiança em si própria e no próximo”.

[Imagem de destaque: Shutterstock]

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