Magreza extrema na passadeira vermelha dos SAG Awards levanta preocupações

Magreza Sag Awards
Demi Moore, Selena Gomez, Ariana Grande e Georgina Chapman [Fotografia: Montagem/EPA]

As passadeiras vermelhas das grandes galas são momentos incontornáveis para ditar tendências e convocar atenções para as grandes estrelas do cinema e da música, que brilham ainda mais pelas mãos dos designers das grandes casas de luxo.

A noite dos prémios do Sindicato dos Atores, SAG Awards, entregues na noite de domingo, 23 de fevereiro, não foi diferente. Os tons preto, vermelho e prata, os brilhos, os decotes cai-cai e as longas saias com racha tingiram o momento de glamour, a evocar a elegância de Hollywood.

Porém, mais do que os vestidos, tem sido a mudança súbita e evidente dos corpos que está a gerar impacto. Não pela nudez – como aconteceu nos Grammy e pela mão de Kanye West e de Bianca Censori – mas pela súbita magreza que várias estrelas exibiram em noite de vitória do filme Conclave e de melhor atriz para Demi Moore, com a A Substância.

Demi Moore nos Globos de Ouro, no início de janeiro, e nos SAG Awards, este domingo, 23 de fevereiro [Fotografia: Montagem/EPA]
Selena Gomez em setembro, nos Emmy, e agora em fevereiro, nos SAG Awards [Fotografia: Montagem/EPA]
Ariana Grande tem sido alvo frequente de perguntas relativamente à sua magreza, o que já levou a cantora e atriz a criticar os constantes comentários sobre o seu corpo. Na imagem da esquerda, em 2020, e agora nos SAG Awards [Fotografia: Montagem/EPA]
A designer e atriz Georgina Chapman nos prémios britânicos BAFTA, na semana passada, e nos SAG Awards, este domingo, 23 de fevereiro [Fotografia: Montagem/EPA]
A súbita magreza tem sido um tema recorrente nos Estados Unidos da América e numa matéria que tem tocado em particular o alegado uso, sobretudo por parte das estrelas femininas, de Ozempic, um medicamento para a diabetes que tem sido aplicado na perda de peso e que se popularizou depois de rostos como Oprah Winfrey, Stephen Fry, Kelly Clarkson e Elon Musk terem admitido o seu consumo para ficarem mais magros.

Veja algumas das imagens da passadeira vermelha dos prémios do Sindicato dos Atores.

Sheryl Lee Ralph [Fotografia:EPA/ALLISON DINNER]
Kathy Bates [Fotografia:EPA/ALLISON DINNER]
Selena Gomez [Fotografia:EPA/ALLISON DINNER]
Brooke Shields [Fotografia:EPA/CAROLINE BREHMAN]
Jane Fonda [Fotografia:EPA/CAROLINE BREHMAN]
Georgina Chapman[Fotografia:EPA/CAROLINE BREHMAN]
Pamela Anderson [Fotografia:EPA/CAROLINE BREHMAN]
Demi Moore [Fotografia:EPA/CAROLINE BREHMAN]
Ariana Grande [Fotografia:EPA/ALLISON DINNER]

Prémios inesperados e Jane Fonda homenageada em noite de gala

O filme Conclave, que ficcionaliza o drama da eleição de um novo papa em Roma, foi o grande vencedor dos Prémios do Sindicato dos Atores. “Isto deve-se ao génio de Tessa Ross, a nossa produtora, e Edward Berger, o nosso realizador”, disse o ator Ralph Fiennes, que aceitou a estatueta de Melhor Elenco (considerado equivalente a Melhor Filme nos Screen Actors Guild Awards, SAG), juntamente com John Lithgow, Isabella Rosselini e o produtor Michael Jackman.

O prémio de Melhor Ator foi entregue a Timothée Chalamet e pelo papel de Bob Dylan em A Complete Unknown. “Não estava nada à espera disto”, confessou o ator, que ficou visivelmente surpreendido quando o seu nome foi chamado. “Sei que a coisa mais elegante a fazer seria minimizar o esforço que pus neste papel e quanto isto significa para mim”, disse, no discurso de aceitação.

“Mas a verdade é que foram cinco anos e meio da minha vida, dei tudo o que tinha para interpretar este artista incomparável, Bob Dylan, um verdadeiro herói norte-americano, e foi a honra da minha vida fazê-lo”, afirmou.

Menos surpreendente foi a vitória de Demi Moore como Melhor Atriz por A Substância, depois de ter recebido estatuetas também nos Globos de Ouro e nos Critics Choice Awards. Moore, de 62 anos, lembrou como entrou para o Sindicato dos Atores aos 15 anos e como isso mudou a sua vida: “Deu-me significado, propósito e direção”. Com quase 50 anos de carreira, “A Substância” foi o filme que deu a Demi Moore os primeiros prémios de representação.

Nas categorias secundárias, Kieran Culkin ganhou Melhor Ator Secundário por A Verdadeira Dor e Zoe Saldaña venceu Melhor Atriz Secundária por Emilia Pérez, cimentando o favoritismo de ambos para os Óscares.

Nas categorias de televisão, os Prémios SAG distinguiram a série sensação do ano, Shōgun, com Melhor Atriz para Anna Sawai, Melhor Ator para Hiroyuki Sanada e Melhor Elenco em série dramática.

Em comédia, Melhor Elenco foi uma surpresa ao cair para Homicídios ao Domicílio, frequentemente nomeada mas raramente vencedora. A atriz Selena Gomez apontou isso mesmo ao mostrar-se chocada com a vitória. “Nunca ganhamos, isto é muito estranho”, disse a atriz, prometendo levar a estatueta para as gravações da quinta temporada em Nova Iorque.

Martin Short, que não estava presente, ganhou Melhor Ator na categoria, sendo que Jean Smart levou Melhor Atriz em comédia. Nas minisséries, Jessica Gunning venceu por Baby Reindeer e Colin Farrell por The Penguin.

A atriz octogenária Jane Fonda foi reconhecia com o prémio carreira e usou da palavra para alertar para os perigos das novas políticas que estão em marcha no país, para pedir empatia e luta pela classe profissional.