Tratamento hormonal na menopausa protege o cérebro

Um estudo levado a cabo por médicos imagiologistas norte-americanos vem agora indicar que a terapia de hormonas de substituição para lidar com a menopausa pode trazer vantagens para as mulheres. Entre elas, contam-se as melhorias ao nível das alterações cerebrais que chegam com a idade, o incremento da memória e o auxílio no combate ao Alzheimer. Na galeria acima, conheça algumas das principais conclusões desta investigação.

A análise, que contemplou sete anos de acompanhamento, indica que quem se submete a este tratamento hormonal regista menos alterações relacionadas com a idade do cérebro. Os investigadores descobriram que as mulheres que fazem o tratamento apresentam menor quantidade de placas amilóides (depósitos de proteínas que bloqueiam e matam neurónios) e proteínas tóxicas associadas à doença degenerativa.

Kejal Kantarci [Fotografia: DR]

A médica Kejal Kantarci, da Mayo Clinic in Rochester, no Minnesota, declarou que “foi encontrada uma forma de terapia hormonal na menopausa que, feita pouco tempo antes dessa alteração (que ocorre entre o fim dos 40 e início dos 50 anos das mulheres), pode preservar a estrutura cerebral nas funções consignadas à memória e aos pensamento”. Citada pelo diário Daily Mail, esta neurologista especialista em imagiologia vincou que esta mesma terapia poderá “reduzir o desenvolvimento de placas amiloides e que podem levar… à perda de memória”.

Hormonas: sim ou não? Em comprimidos ou adesivos?

O estudo publicado na Neurology analisou 75 mulheres saudáveis, com uma média de idades de 53 anos, e que tinham entrado na menopausa nos três anos anteriores. Daquelas e durante um quadriénio, 20 tinham tomado tratamento hormonal em comprimidos, 22 tinham recebido medicação através de adesivos e 33 tinham tomado placebos. Após a ingestão de hormonas de substituição, todas aquelas mulheres foram acompanhadas durante três anos, sujeitando-se a ressonâncias magnéticas regulares ao cérebro.

As que usaram adesivos registaram uma menor retração da zona do cérebro responsável por tarefas como a memória, o pensamento, o planeamento e o raciocínio (o córtex pré-frontal). As que foram submetidas a tratamento através de comprimidos não registaram alterações tão evidentes, mas estas começaram a destacar-se assim que foi interrompida a toma.

De notar que, nos testes de raciocínio e memória, não houve diferença registada junto das mulheres submetidas a tratamento e a placebo. Porém, as ressonâncias magnéticas indicaram alterações cerebrais. Ainda que mais estudos sejam requeridos, Sara Imarisio, do Centro de Pesquisa britânico para o Alzheimer, indicou que “as mulheres que tomaram estradiol via adesivos na pele mostraram alguns sinais de melhor saúde do cérebro”, refere ao diário inglês.

Imagem de destaque: Shutterstock

Cuidados que todas devem ter na menopausa