Três associações processam governo francês por falta de educação sexual nas escolas

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[Fotografia: Pexels]

As três associações francesas SOS Homophobie, Sidaction e Planning familial apresentaram queixa nesta quinta-feira, 2 de março, contra o governo francês com o propósito de o fazer organizar pelo menos três sessões de educação sexual por ano, segundo avançou o jornal francês Le Monde.

Os alunos do ensino básico e secundário devem ter direito a, pelo menos, três sessões anuais de educação sexual, incluindo “ações de sensibilização sobre violência sexista e sexual”, de acordo com o Código da Educação.

Ora, segundo dados da Inspeção-geral francesa da Educação, Desporto e Investigação, só 15% dos alunos do básico e secundário estavam a ter aulas desta natureza e só 20% dos colégios apresentavam a matéria. Números que se cruzam depois com o aumento da violência entre os mais novos.

A sexual, segundo dados da mesma entidade apresentada pelo jornal Le Monde, aumentou 33% entre 2020 e 2021. “Há anos que temos visto uma deterioração no conhecimento dos jovens sobre o HIV”, lamenta Florence Thune, responsável da entidade Sidaction. No que diz respeito aos jovens LGBT, muitos são os que sofrem de discriminação e bullying na escola.

“Há uma emergência”, reforça Sarah Durocher, presidente da Planning familial. A educação sexual “desde cedo” pode ajudar a “atacar a raiz das desigualdades de género e da violência”, referem as associações.

Recorde-se que o Ministro da Educação francês, Pap Ndiaye, ordenou em setembro do ano passado o “reforço” da educação sexual nas escolas.