Três “influencers” com negócios sustentáveis

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Há muito que a sustentabilidade deixou de ser um detalhe, para passar a ser um dever e, mais do que isso, uma necessidade transversal a qualquer um que se consciencialize sobre as necessidades de um planeta poluído e maltratado.

As redes sociais, se servem ao entretenimento, servem também aos negócios. Aliar as criadoras de conteúdos digitais a empresas sustentáveis tem sido um casamento feliz e que promete fazer do ambiente uma bandeira.

Atualmente, são inúmeros os rostos de marcas preocupadas com a pegada ecológica, mas são também cada vez mais as criadoras de conteúdo que criam o seu próprio negócio.

Alice Trewinnard, com 270 mil seguidores no Instagram e cujo mote dos seus vídeos e publicações passou sempre pelo lifestyle, mergulhou recentemente no universo da inovação e criatividade e, juntamente com dois amigos – Catarina Gorgulho e Pedro Godinho -, também sócios, criou a Tarwi, uma marca de tremoços.

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A empresária foi ao detalhe e criou um produto biológico, simples e sustentável. Para já, a Tarwi conta com três variedades, que chegam em embalagens práticas que podem ser levadas para qualquer lado. Os sabores disponíveis são: Sal marinho, manjericão e malagueta.

Mas há mais: a marca é 100% nacional. Esta é uma preocupação à qual Alice já se vem vinculando. Entre os vários conteúdos que partilha nas redes sociais, a empresária aposta, quase sempre, em produtos portugueses e que apoiem o pequeno comércio. “Mais do que um snack, um estilo de vida”, foi assim que a jovem apresentou o projeto a fevereiro deste ano, 18 meses depois de ter surgido a ideia.

Para adquirir os famosos tremoços basta aceder à loja online com endereço britânico: www.tarwi.co.uk

No instagram @tarwifoods são, ainda, partilhadas várias curiosidades sobre o tremoço. Desconhecida por muitos, esta leguminosa é a que contém mais proteína por cada 100g.

O preço é de 15,99 euros por cada seis embalagens de tremoços do mesmo sabor. Sobre os custos dos produtos, por alguns apontados como caros, justifica de forma transparente: 47% do valor pago é para a matéria prima; 7% para a embalagem; 32% para distribuição; 5% comissões de pagamentos; 8% para custos administrativos; 23% IVA.

Desta forma, a marca portuguesa contribui para promover uma cadeia de valor mais justa e uma agricultura mais sustentável.

Catarina Barreiros é dona de umas das contas que mais debate a sustentabilidade no Instagram. Soma 74,7 mil seguidores e se em tempos foi uma adepta de Fast Fashion, mais tarde tornou-se numa defensora das causas ambientais.


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Atualmente tem a “Loja do Zero”, onde começou por reunir um conjunto de produtos suficientes para preencher uma pequena prateleira e hoje já está num armazém de 100 metros quadrados e com uma equipa que a auxilia na empresa.

O negócio que, numa fase inicial, começou por desporto, tem hoje uma panóplia de produtos, entre os quais: Pasta de dentes em pastilha; Condicionador sólido; Maquilhagem vegan; Canetas recarregáveis.

Entre os mais caricatos e, ainda, atípicos, estão detergentes de limpeza a granel. Além disso, esta opção permite, também, escolher o cheiro do produto. O detergente de chão, por exemplo, pode variar entre alfazema e limão. Um litro e meio custa 3,29 euros.

Mas também a forma como as encomendas, que podem ser feitas através do link do-zero.pt/loja/, chegam a casa é ecológica, uma vez que são usadas embalagens de vários outros produtos, como cereais ou sapatilhas, para o invólucro.

Anna Masiello, de 27 anos, é italiana e fez um mestrado em Lisboa em Estudos do Ambiente e da Sustentabilidade. No Instagram responde por hero_to_0 e tem uma comunidade de 24,8 mil seguidores.

A empreendedora fundou a start-up R-Coat, a janeiro de 2020, e a premissa do negócio parte da transformação de guarda-chuvas partidos, recolhidos na comunidade, em casacos e acessórios, evitando emissões de gases de efeito estufa e contribuindo para uma indústria da moda mais sustentável.

Além disso, a produção das peças é toda feita à mão, em Portugal, vegan, cruelty-free e fair pay – aposta em remunerações justas e em boas condições de trabalho.

Contudo, e tendo em conta a dificuldade de encontrar guarda-chuvas iguais, todas as peças são únicas e assentes na ideia de “slow fashion”, fazendo com que, em alguns momentos, fiquem sem stock por estarem a produzir cada peça individualmente e não em massa.

Mais recentemente, afirmou estar a produzir casacos de tamanho L para tentar reduzir o número de pessoas que, por norma, não encontram tamanhos por não estarem dentro do “padrão”. O objetivo é, no futuro, apostar em tamanhos maiores.