
Ter filhos foi um projeto a solo da escritora Ana Bárbara Pedrosa que se cumpriu, mas para o qual travou uma longa batalha: “Eu queria ser mãe e isso estava acima de qualquer hipótese de relação. Não era uma coisa que para mim tivesse de estar condicionada à vontade alheia.” A frase é da escritora em entrevista ao podcast Um Género de Conversa, e no qual detalhou o processo de fertilização, nem sempre acompanhada em contexto de relação, mas sempre com o objetivo prioritário de ser a mãe a solo.
A autora de livros como Palavra do Senhor revelou que, ao longo do processo, nem sempre tudo correu bem.
Ao todo, detalhou que foram três inseminações e cinco embriões em três ciclos de FIV [fertilização in vitro] até que chegaram Maria e David, agora com um ano. “A primeira vez não é minimamente dramática porque ainda não há desgaste. Tentaste um mês, foi uma inseminação, gastaste dois mil euros, não funcionou. No mês a seguir vai funcionar”, revelou no podcast de Patrícia Reis e a Paula Cosme Pinto.
Contudo, Ana Bárbara Pedrosa confessa “um desgaste muito, muito forte, que macula os momentos todos à volta”. “Não é para qualquer pessoa conseguir ir tendo paz mental no meio disto e conseguir ir vivendo e fazendo as coisas de forma funcional, sem se deixar abalar”, confessou ao explicar que, enquanto fazia os tratamentos, tinha dois trabalhos em simultâneo, um para viver e outro para “pagar a clínica”, detalhou.
O desejo de ser mãe começou antes de entrar para a escola primária. Nessa altura, sonhava ser avó, como revelou no podcast. “Na pré-primária já queria ser avó. Sempre quis a ideia de família que passasse por ter crianças, por ver essas crianças a crescer e a tornarem-se adultas, por vê-las a ter crianças também”. Por isso, desde cedo criou a “conta dos bebés”, uma poupança na qual amealhava com o objetivo de ter condições para poder vir a ser mãe.