Três projetos sustentáveis e artesanais num único atelier

Uma bióloga e artesã, que gosta de vestir com insetos, duas amigas que adoram partilhar as suas viagens enquanto descobrem técnicas artesanais de fabrico, uma artista que sonha com linhas enquanto lida com os números formam as três marcas que ocupam o Atelier 200, no Bairro Alto em Lisboa.

A primeira é Sara Esteves, que criou há cerca de um ano e meio a Mazurca Handmade, quando decidiu trocar a Biologia pelas artes têxteis e as drosophilas pelas folhas, escaravelhos e libelinhas. Inspirando-se na sua área de formação, cria padrões e imagens que estampa manualmente em tecidos de origem natural e deles faz roupa, lenços e malas. A matéria-prima é, sempre que possível, portuguesa, mas as técnicas utilizadas, como a gravura em linóleo, o blockprinting e o stencil, são de inspiração estrangeira.

A segunda marca deste trio é a Oficina Shanti | Made in Travelling, que nasceu de um sonho inspirado nas viagens, pessoas, cores e aventuras que Rafaela e Filipa experienciaram.

As coleções que apresentam são, por isso, uma fusão perfeita das cores, padrões e texturas orientais com o estilo boémio e descontraído do Ocidente. As almofadas, os sacos para tapetes de yoga, a roupa e a recém-lançada linhas de sapatos artesanais são as peças que nos levam a viajar com elas.

Ao mesmo tempo que viajam pelo mundo em busca de têxteis étnicos, padrões e técnicas únicas de fabrico e estampagem artesanais, as duas amigas apoiam artesãos e respetivas comunidades locais a manter as suas técnicas tradicionais de fabrico e ajudam a potencializar o seu desenvolvimento. Procuram ainda consciencializar o público para um consumo responsável e informado.

Assim, apostam em matérias-primas naturais (algodão, seda, lã) e se possíveis orgânicas, produzidas de formas sustentáveis. Os têxteis são produzidos por artesãos que gostam de conhecer e a forma de partilhar as suas histórias é através das suas coleções.

Por fim, há a Oficina 166, o projeto de Diana Meneses Cunha, de 41 anos, mãe de três filhos, que trabalha na área da banca há quase 20 anos e viveu os últimos seis em Angola.

Aos números juntou o gosto pela tecelagem, tendo aprendido a trabalhar em tear com uma das mais conceituadas artistas de weaving, a australiana Maryanne Moodie.

Além das tapeçarias de parede feitas em teares, as peças que mais distinguem o trabalho de Diana são as tecidas em troncos e ramos de grandes dimensões, onde o ramo substitui o tear.

Veja na fotogaleria acima com imagens do atelier e dos projetos.