Trump ainda não entrou e a vida das mulheres já está a mudar

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Donald J. Trump no dia em que ganhou as eleições presidenciais norte-americanas [Fotografia: Facebook]

A 20 de janeiro, Donald Trump toma conta da Sala Oval. Mas as mulheres norte-americanas não estão para ficar à espera desse dia. Com a eleição do milionário à presidência dos EUA, elas parecem estar a tomar medidas que denunciam o temor de uma vida menos livre e com menos direitos em matéria de comparticipação de métodos contracetivos.

Na Califórnia, noticia o jornal Los Angeles Times, está a haver uma verdadeira corrida das mulheres aos médicos de planeamento familiar e aos métodos contracetivos de longa duração. Tudo porque elas temem que a decisão da reversão do ‘Affordable Care Act’ tenha mesmo lugar, impedindo o acesso a baixo custo de anticoncecionais. Ao mesmo tempo, Trump reiterou durante a campanha a sua posição crítica em relação ao aborto, o que aumenta os receios.

Os centros de saúde já denunciaram a existência de um aumento na procura de Dispositivos Intra-Uterinos (DIU) por parte das mulheres, um método contracetivo que pode, eventualmente, evitar gravidezes durante dois eventuais mandatos de Trump. O próprio Google Trends demonstrou que foram feitas mais pesquisas por DIUs a 10 de novembro do que as registadas no 90 dias anteriores.


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Mulheres fora da tropa
Em cima da mesa está também a possibilidade de o futuro presidente dos EUA reverter uma decisão política histórica, posta em marcha em 2013, e que diz respeito às mulheres. Na verdade, Trump, segundo avança o jornal Business Insider, pode vir a impedir que o sexo feminino integre a infantaria e a artilharia, unidades que promovem a participação em frentes de combate. Este foi, aliás, também um dos pontos da retórica de campanha do milionário.

“A nossa esperança é que este novo executivo passe a olhar para a qualidade dos membros [em combate] e não para o género”, afirma a ex-tenente coronel da marinha, Kate Germano, e atual diretora de operações da Service Women’s Action Network

“Estamos absolutamente preocupados”, declarou a ex-tenente coronel da marinha, Kate Germano, àquela publicação e que é hoje diretora de operações da Service Women’s Action Network. Em 2013, e por ação da associação e de outras entidades semelhantes, a luta foi ganha ao ver Leon Peretta, o secretário de Defesa, a ordenar que todos os serviços militares levantassem a proibição das mulheres em combate, fazendo com que, a partir deste ano, pudessem não só integrar as unidades de terreno como pedirem isenções especiais.

Porém, Kate Germano alerta agora para o facto de o Congresso nunca ter aprovado essa lei, fazendo com que a Casa Branca, a sós, poderia reverter a decisão tomada durante a administração de Barack Obama. “A nossa esperança é que este novo executivo passe a olhar para a qualidade dos membros e não para o género”, afirmou a responsável da associação.