Turquia: Erdogan ganha e pede “respeito pelo resultado”

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Supporters of Turkish President Tayyip Erdogan celebrate in Istanbul, Turkey, April 16, 2017. REUTERS/Murad Sezer - RTS12KB4

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, descreveu a vitória do “sim” no referendo de hoje como uma “decisão histórica” e pediu aos países estrangeiros para “respeitarem o resultado”.

Erdogan considerou que os resultados, não oficiais, demonstram que o referendo destinado a reforçar os poderes presidenciais venceu com uma margem de 1,3 milhões de votos, com uma taxa de participação “de 86 por cento”. Numa primeira reação internacional, o chefe de gabinete da chanceler alemã Angela Merkel considerou que o resultado do referendo reflete “o vivo debate político” que existe no país euroasiático.

“Penso que podemos dizer que os resultados estão perto daquilo que algumas pessoas receavam”, disse Peter Altmaier em declarações à cadeia televisiva ARD.

Altmaier precisou que ainda era cedo para mais comentários, porque a contagem dos votos ainda não estava concluída, e recordou que os observadores eleitorais ainda terão de emitir a sua opinião sobre o sufrágio.

O Presidente turco assumiu um tom conciliatório em Istambul, numa referência aos resultados do referendo, ainda não confirmados oficialmente. No entanto, avisou os críticos que “menosprezam” o resultado da consulta “que não o devem fazer, porque será em vão”. O Presidente turco agradeceu aos eleitores, independentemente da sua opção de voto.

“É sempre difícil defender uma alteração, e fácil manter o ‘status quo’, mas graças a Alá que tivemos êxito. Apenas vão ser reformados 18 artigos [da Constituição] mas as alterações serão muito profundas”, anunciou Erdogan.

As principais forças da oposição já denunciaram uma fraude eleitoral e prometeram contestar os resultados que apontavam uma vitória do “sim” com 51,35%, quando estavam contados 99,17% dos votos.

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Numa referência à reintrodução da pena de morte, um tema que regressou à atualidade política turca na sequência do sangrento e fracassado golpe de Estado de julho de 2016, Erdogan considerou que a questão “deverá ser discutida” com os líderes políticos do país, e eventualmente necessitar de um referendo.

Ao responder a uma multidão em Istambul que gritava “pena de morte”, disse que “agora vou discutir essa questão com [o primeiro-ministro Binali] Yildirim”.
Se a oposição apoiar o restabelecimento da pena de morte, “então vou aprovar” essa medida, afirmou, mas caso não o deseje “então organizaremos um novo referendo”.